De bem com a vida: como funciona e por que fazer terapia

Problemas fazem parte da vida. E em alguns momentos pode parecer muito difícil lidar com certas situações. Seja pela dificuldade de enxergar os conflitos como realmente são ou por não saber como agir frente a eles, o fato é que às vezes é necessário buscar ajuda. E é aí que entra a terapia.

Uma consulta com um psicólogo ou psiquiatra pode sim auxiliar você a enfrentar questões que interferem na sua qualidade de vida. E até quem não está passando por dificuldades específicas também pode se beneficiar das sessões de terapia.

Por isso, se você ainda não faz terapia por medo ou por vergonha de buscar auxílio, o primeiro passo é ter em mente que a busca por ajuda não é um sinal de fraqueza. Muito pelo contrário: a busca por autoconhecimento exige força e coragem. Vem com a gente descobrir como funciona uma sessão de terapia e como ela pode transformar a sua vida em aspectos que você nem imagina!

POR QUE FAZER TERAPIA

Como falamos acima, a terapia pode ser uma saída para ajudar a enfrentar eventuais dificuldades que surgem pelo caminho. Ela pode auxiliar você a superar uma perda, como a morte de um ente querido, a encarar uma separação ou demissão, a aceitar o diagnóstico de uma doença e, principalmente, a identificar e tratar patologias clínicas, como a depressão e a esquizofrenia.

Além disso, o tratamento também pode ajudar em uma série de outras situações que talvez você nem tenha cogitado, como por exemplo:

  • Adaptar-se a uma situação nova, como uma mudança de cidade ou de emprego;
  • Descobrir o porquê de estar infeliz no trabalho e, quem sabe, motivar-se a mudar de carreira;
  • Lidar melhor com as próprias emoções e sentimentos;
  • Tomar uma decisão difícil que envolve outras pessoas, como terminar um relacionamento;
  • Superar um trauma ou questões mal resolvidas do passado;
  • Melhorar a forma de se relacionar com as pessoas;
  • Controlar a ansiedade ou negatividade.

    Outra questão importante sobre a terapia é que você pode buscá-la mesmo sem identificar um motivo específico. Assim, se você tem um desconforto emocional, mas não sabe exatamente o porquê, ou se gostaria apenas de investigar as razões que levam você a agir de determinadas formas, o psicólogo ou psiquiatra pode ajudar a percorrer esse caminho de autoconhecimento.

    COMO FUNCIONA A TERAPIA

    Para quem nunca fez terapia a primeira consulta pode parecer um tanto quanto assustadora. Isso porque o mito de ter que chegar no consultório e se abrir logo de cara ainda ronda a imaginação de muita gente. A boa notícia é que na prática as coisas funcionam de um jeito bem diferente.

    Via de regra, na primeira consulta o terapeuta vai conversar com você sobre alguns aspectos básicos da sua vida. Essas informações vão ajudar a avaliar o quadro geral, as suas necessidades e o que você espera do tratamento.


    A partir daí, o terapeuta costuma explicar o método de trabalho e vocês irão combinar a frequência de encontros. O que acontece daí para frente vai depender muito da linha psicoterápica que o profissional segue. Só para você ter uma ideia de como pode funcionar o tratamento, as principais teorias são:

    • Psicanálise: terapia criada por Freud. O paciente deita no divã, de costas para o analista, e tem liberdade total para falar, sem filtros. A meta é estimular o próprio paciente a ter seus insights, ou seja, compreender o que acontece e como modificar.
    • Jungiana: o terapeuta busca manter a conversa sempre em torno dos problemas que o levaram até ali, compreender simbolicamente o que aquela situação está representando para o paciente para que ele possa compreender melhor a si mesmo e como ele “funciona” no mundo. Além da fala, o terapeuta junguiano pode trabalhar com a análise de sonhos, imaginação ativa, jogo de areia ou arteterapia.
    • Lacaniana: é considerada uma teoria clássica, com divã e de longa duração. Sem pauta prévia, o analista pesca, durante as conversas, as piadas e os atos falhos, além de usar da interpretação dos sonhos para acessar o inconsciente. É lá que está a compreensão dos problemas.
    • Cognitivo-Comportamental: seu objetivo principal é identificar padrões de comportamento, pensamento, crenças e hábitos que estão na origem dos problemas,  indicando, a partir disso, técnicas para alterar essas percepções de forma positiva .
    • Gestalt-terapia: para os gestaltistas, os pacientes devem ser analisados em relação ao meio em que vivem, amigos, família e trabalho, e suas atitudes nesses contextos. A terapia é focada no presente.
    • Psicodrama: realizada geralmente em grupo, a terapia faz com que você encene seus problemas. O grupo discute e avalia como cada um se sentiu no processo. A ideia é que, ao externar as emoções, seja mais fácil enxergá-las.

    Vale lembrar que, embora algumas linhas de tratamento sejam mais indicadas para determinadas situações, não existe uma regra. A dica é pesquisar sobre cada estilo e analisar o que pode funcionar melhor para você, afinal essa escolha é muito subjetiva. Também é legal contar com as orientações de profissionais da saúde e, ainda, ouvir o relato de pessoas próximas que já fizeram terapia.

    COMO ESCOLHER UM TERAPEUTA

    Na hora de escolher o profissional, você pode buscar indicações de familiares ou amigos e principalmente de profissionais da saúde. Além disso, é legal verificar se o especialista está cadastrado no Conselho Federal de Psicologia ou na Associação Brasileira de Psiquiatria. Basta clicar nos links para realizar a pesquisa online.

    Outra dica importante é que você tenha afinidade com seu terapeuta após a escolha. Afinal, independente da linha terapêutica, a maioria dos profissionais gosta muito de citar a frase de Carl Jung, quando fala com estudantes de psicologia e pessoas que se preparam em ser psicoterapeutas: conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana.

    Ah, e tenha em mente que é só experimentando que você vai chegar ao estilo de tratamento que melhor funciona para você. O mesmo vale para o profissional: você pode não gostar do psicólogo ou psiquiatra que lhe indicaram e tudo bem buscar outra pessoa. O importante é não desistir de primeira e estar aberto a tentar novas possibilidades.

    É CARO FAZER TERAPIA?

    Para grande parte da população investir em saúde mental ainda é um privilégio. Afinal nem sempre sobra espaço no orçamento para incluir o gasto com as sessões de terapia. Porém, isso não é motivo para desistir, uma vez que o tratamento pode ser realizado de forma gratuita em diversas cidades. Além disso existem muitos consultórios que cobram um preço simbólico para as consultas ou que atendem via convênio médico.

    Nesse sentido, uma opção é recorrer aos CAPS – Centros de Atenção Psicossocial, que são unidades especializadas em saúde mental para tratamento e reinserção social de pessoas com transtorno mental grave persistente. O atendimento é feito pelo Sistema Único de Saúde e você pode conferir os endereços das unidades aqui.

    Algumas universidades também costumam oferecer atendimento psicológico gratuito ou a baixo custo para a comunidade. Em alguns locais, o interessado passa por triagem e aguarda ser chamado na fila de espera. Em outros, basta agendar o atendimento. Nem sempre há vagas imediatas, por isso é importante entrar em contato antes com a instituição e se informar.

    E então, viu como a terapia oferece um monte de possibilidades? Que tal dar uma chance para ela? Você já passou pela experiência? Tem alguém que você conhece que poderia se beneficiar do tratamento mas que ainda tem receio? Conta pra gente nos comentários!

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