Setembro Amarelo: sinais do comportamento suicida e como ajudar

Durante o mês de setembro todas as atenções se voltam, mais do que nunca, para as questões relacionadas à saúde mental. É que este é o período do Setembro Amarelo, um movimento que visa alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção.

A campanha nos desafia a prestar mais atenção em que está ao nosso lado e oferecer apoio às pessoas que apresentam sinais de comportamento suicida.

O suicídio pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero. É um fenômeno complexo, mas que pode ser prevenido! Nesse sentido, saber reconhecer os sinais de alerta e como proceder são passos muito importantes. Confira quais são as principais características do comportamento suicida e o que você pode fazer para ajudar que se encontra nessa situação.

CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO SUICIDA

Os sinais de alerta descritos abaixo não devem ser considerados isoladamente. Não há uma “receita” para detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise ou se tem algum tipo de tendência suicida. Entretanto, um indivíduo em sofrimento pode dar certos sinais que devem ser observados, sobretudo se mais de um deles manifestar-se ao mesmo tempo.

  • Diminuição do autocuidado: a pessoa de repente para de se alimentar de forma saudável, descuida dos hábitos de higiene e negligencia a aparência;
  • Mudança repentina do humor: quando o indivíduo que é extrovertido fica mais introvertido ou vice-versa;
  • Abuso no uso de drogas: sejam elas lícitas (cigarro, álcool, etc) ou ilícitas;
  • Automutilação (nos jovens): não necessariamente é um sinal para uma ideação suicida, mas é uma manifestação de um sofrimento psíquico que deve ser levada a sério;
  • Preocupação com sua própria morte: as pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais do que o comum. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbal ou por meio de desenhos;
  • Isolamento: o indivíduo passa a conviver menos com a família e amigos, reduz ou cancela todas as atividades sociais, especialmente as que gostava de fazer;
  • Uso de expressões suicidas: comentários como “vou desaparecer”, “vou deixar vocês em paz”, “queria poder dormir e nunca mais acordar” podem parecer óbvios, mas muitas vezes são ignorados;
  • Incidência de fatores vulnerabilizantes: algumas situações podem não ser determinantes para o suicídio, mas são consideradas como vulnerabilizantes. São elas: exposição ao agrotóxico, perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, conflitos familiares, perda de um ente querido, doenças crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes.

4 PASSOS PARA AJUDAR UMA PESSOA SOB RISCO DE SUICÍDIO
1) Converse

Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para conversar. Ouça a pessoa com a mente aberta e sem julgamentos e deixe claro que você está lá para ouvi-la. Caso o indivíduo tenha dificuldades em se abrir, você também pode indicar o apoio sigiloso do CVV – Centro de Valorização da Vida que funciona através do telefone 188 (a ligação é gratuita em todo o território nacional e funciona 24 horas).

2) Acompanhe

Fique em contato para saber como a pessoa está se sentindo e o que está fazendo.

3) Busque ajuda profissional

Incentive a pessoa a procurar a ajuda de profissionais de saúde mental. É possível buscar por atendimento em Unidades Básicas de Saúde (postos e centros de saúde), Hospitais, CAPS – Centro de Atenção Psicossocial  e no CVV – Centro de Valorização da Vida. Ofereça-se para acompanhá-la no atendimento.

4) Proteja

Se você desconfia que a pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Caso vocês habitem a mesma moradia, assegure-se de que ela não tem acesso a meios para provocar a própria morte – como por exemplo armas de fogo, objetos cortantes, medicamentos ou pesticidas. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e, se for o caso, entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa.

DIVULGUE A CAMPANHA SETEMBRO AMARELO

O Setembro Amarelo é uma campanha que promove o diálogo. É um projeto que busca salvar vidas através da informação e da conversa, deixando claro para as pessoas que sofrem com pensamentos suicidas que elas não estão sozinhas.

Uma parte fundamental da campanha consiste em iluminar com a cor amarela diversos locais e monumentos, além de colocar laços amarelos nas fachadas de prédios públicos e privados. De forma individual costuma-se usar a fita amarela que simboliza a campanha.  Essa é uma forma de lembrar que devemos sim falar mais sobre as questões de saúde mental.

As instituições responsáveis pelo Setembro Amarelo também promovem durante todo o mês seminários, palestras, conversas com médicos, apresentações de documentários, caminhadas e outros eventos.

Segundo a OMS, 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados. Por isso, é importante divulgarmos a campanha, oferecermos nosso apoio emocional e indicar profissionais e voluntários que sejam mais capacitados para lidar com a situação.

E então, quem aí se propõe a divulgar essa campanha conosco? Vamos juntos compartilhar a proposta do Setembro Amarelo? Se você tem alguma ideia para fazer essa campanha ir mais longe, conta pra gente nos comentários!


* Com informações de Prevenção do suicídio: sinais para saber e agir, publicado pelo Ministério da Saúde.

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