O HPV é a sigla para papilomavírus humano, uma palavra um pouco difícil de pronunciar e que representa o nome do agente causador de praticamente todos os casos de câncer de colo do útero, além de outros tipos de câncer. Só no Brasil, estima-se que ocorram 700 mil novos casos de infecção por ano. Por isso, a vacina contra HPV cumpre um papel super importante nesse cenário.
A imunização está disponível de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS) em meninas de 9 a 14 anos, meninos dos 11 aos 14, e homens e mulheres imunossuprimidos ou pacientes oncológicos de até 45 anos. Além disso, a vacina contra HPV também está disponível na rede privada.
Infelizmente, existe uma baixa procura pela imunização, principalmente em função da desinformação. Assim, reunimos aqui as principais questões em torno da vacina contra HPV, destacando que essa é uma das formas mais eficazes de manter longe diversos tipos de câncer. Confira o conteúdo que preparamos e vamos juntos fortalecer essa campanha de prevenção!
O que é HPV e como ocorre a transmissão?
O HPV, ou papilomavírus humano, é um vírus que pode infectar a pele e as mucosas, como a boca, a garganta, a região genital e o ânus.
Existem mais de 100 tipos de HPV, alguns dos quais podem causar verrugas genitais ou lesões pré-cancerosas, enquanto outros estão associados a vários tipos de câncer, incluindo câncer de colo do útero, ânus, pênis, vagina, vulva e orofaringe.
O HPV é transmitido principalmente por contato direto de pele durante atividades sexuais, incluindo relação sexual vaginal, anal ou oral.
Como o HPV se manifesta?
A infecção pelo HPV é, na maioria dos casos, assintomática. A doença pode causar lesões na vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e região pubiana. Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.
Bebês também podem ser infectados no momento do parto e desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe.
Como se prevenir do HPV?
A melhor forma de prevenção é usar camisinha nas relações sexuais e se vacinar – o imunizante é distribuído gratuitamente pelo SUS. Vale ressaltar, porém, que o preservativo não impede totalmente a infecção pelo HPV, já que as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha.
O exame preventivo de Papanicolau, para mulheres, também é uma forma de prevenir lesões que causam o câncer de colo do útero.
Por que se vacinar contra HPV?
Cerca de 80% da população sexualmente ativa pode ser infectada pelo vírus HPV em algum momento da vida, ressalta o Instituto Butantan. É importante notar que não existe um tratamento específico para o HPV. Embora as lesões causadas pelo vírus possam ser tratadas, elas também podem progredir para doenças graves.
Entre as razões para tomar a vacina contra HPV estão:
- O HPV é transmitido principalmente através de atividade sexual, e é possível que ocorra mesmo sem penetração;
- O câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres que vivem em regiões em desenvolvimento;
- Estima-se que haja entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV no Brasil. E que surjam 700 mil novos casos de infecção por ano;
- Em 2018, cerca de 72 mil mulheres foram diagnosticadas com câncer de colo de útero e 34 mil morreram pela doença nas Américas.
Por que homens também devem tomar a vacina contra HPV?
Meninos e homens também devem ser protegidos contra o HPV, já que correm o mesmo risco que as mulheres de se infectar ao longo da vida, e também são importantes transmissores do vírus. Além disso, os homens têm 20 vezes mais chance de sofrer uma reinfecção do que as mulheres.
No público masculino, o HPV pode causar câncer de pênis, ânus e orofaringe. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), pelo menos 15 mil casos de câncer por ano em homens têm como causa o HPV.
A vacina contra HPV incentiva o início da atividade sexual?
Muitos pais relutam em permitir que seus filhos recebam a vacinação por acreditarem erroneamente que esse seria um incentivo ao início da atividade sexual. Entretanto, esse é um grande mito.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), diversas pesquisas já mostraram que adolescentes imunizados contra o vírus não são mais propensos a começar a vida sexual precocemente. Nesse sentido, pesquisas da Universidade de Harvard e da Universidade de Michigan indicam que jovens vacinados não têm uma vida sexual mais ativa do que os não vacinados.
A recomendação de aplicar a vacina na faixa etária de 9 a 14 anos se deve ao fato da resposta imune ser comprovadamente mais eficaz nessa idade. Além disso, serve justamente para proteger crianças e adolescentes antes de iniciarem a atividade sexual (que é o principal meio de transmissão do HPV).
Quem pode tomar a vacina contra HPV pelo SUS?
- Meninas e mulheres de 9 a 26 anos de idade e meninos de 9 a 14 anos;
- Homens e mulheres imunossuprimidos e transplantados de 9 a 45 anos;
- Homens e mulheres com câncer de 9 a 45 anos.
O ideal é tomar a vacina na idade recomendada, ou seja, dos 9 aos 14 anos, porque ela é mais eficiente naqueles que ainda não tiveram contato com o vírus, antes do início das atividades sexuais.
Adultos devem se vacinar contra HPV?
De acordo com dados apresentados pelo Instituto Butantan, indivíduos mais velhos, que não tiveram oportunidade de se vacinar na infância, também podem se beneficiar da imunização.
Nesse sentido, estudos já mostraram que a vacina é capaz de reduzir em até 80% as chances de recidiva (retorno da infecção) em pessoas que já apresentaram lesões causadas pelo HPV, de acordo com uma revisão da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Outros dados apresentados no artigo indicam que 99,6% das mulheres sexualmente ativas com até 45 anos podem se beneficiar do imunizante contra o HPV, já que muitas têm resultado negativo para o vírus ou são positivas para apenas um subtipo.
Em todo caso, é importante consultar um profissional de saúde para avaliar se a vacinação contra o HPV é apropriada para cada caso, levando em consideração fatores de risco individuais e histórico médico, combinado?
Atualmente, as vacinas contra HPV para adultos estão disponíveis somente na rede privada. A exceção é para homens e mulheres imunossuprimidos, transplantados ou pacientes oncológicos de até 45 anos, que têm direito de tomar o imunizante no SUS.
E então, vamos nos unir para promover a conscientização e incentivar a vacinação contra o HPV? Você ficou com alguma dúvida ou quer ver mais temas como esse por aqui? Conta pra gente nos comentários!
* Confira também aqui no blog o post Como prevenir o câncer? Conheça 6 mitos e verdades sobre o tema!
** Com informações do Instituto Butantan e Ministério da Saúde.