Talvez você já conheça a história da Fernanda. A Fê Weigert é mãe da Tainá, de 8 anos, colaboradora da área de eventos das Farmácias Associadas, e teve a sua história contada na edição de número 19 da nossa revista, no final do ano passado. Em 2014, aos 35 anos, ela foi diagnosticada com câncer de mama em estado de metástase e enfrentou com força o processo de tratamento. Fez quimioterapia, cirurgia, mais quimio e ainda radioterapia. Hoje, no Dia Mundial de Combate ao Câncer, ela divide com a gente como faz para passar por essa jornada (hoje o tratamento já está em fase final) focando na positividade e no bom humor.
O PRIMEIRO BAQUE
“Quando se recebe o diagnóstico, acho que ninguém consegue encarar esse primeiro baque numa boa. Os primeiros dois dias eu fugi do mundo inteiro. Foram dois dias muito introspectivos em que chorei, mas também ri, pois entender o que está acontecendo é um processo. Mas já na segunda-feira acordei determinada a correr atrás do prejuízo, a pensar no que fazer a partir dali.”
ENCARAR DE FRENTE
“Para mim, o que faz muita diferença é encarar com bom humor tudo o que se está passando. Tirar onda contigo mesma que tu tá careca, deixar os outros brincarem contigo e não levar nada na ponta da faca. Cada pessoa reage de uma maneira, a minha foi com bom humor. Em todas as quimioterapias que eu fazia, tirava foto dando risada e postava para meus amigos verem nas redes sociais. É preciso desmistificar o tratamento. Muitos não sabem o que é até passar por isso ou um membro da família passar. Eu não quis ter um momento ‘Carolina Dieckmann’ quando raspei o cabelo! O câncer não é opcional, mas o bom humor sim.”
FORÇA INTEIROR
“É muito importante estar preparado psicológica e espiritualmente para saber que passar por isso é querer viver. A força vem de vários lugares. Seja por ter um filho, um marido, um emprego, ou ainda porque há muita coisa para ser feita nessa vida. Cada um tem o seu objetivo e é isso que dá força. A gente tem o direito de ter medo, anseio, de ficar triste e ter os nossos momentos de luto conforme o nosso próprio tempo. Que seja um dia ou uma semana. Mas que não passe disso, pois é preciso levantar a cabeça para seguir em frente.”
ROTINA
“Não é por que a tua imunidade está baixa que não se pode pegar um ônibus. Continuei levando a vida de sempre. Não deixei de trabalhar, continuei saindo com os meus amigos e, quando minha médica liberava, eu até tomava uma cerveja.”
O LADO POSITIVO
“É um trabalho diário. Você sempre acorda como se estivesse caindo de um precipício, mas ao longo do dia você vai escalando, escalando, e acaba descobrindo novas sensações e maneiras de viver a vida que não tinha percebido antes. Assim, a gente redescobre coisas banais do cotidiano e acaba se reinventando. Eu tirei coisas boas de tudo isso: vi quem eram meus amigos, quem estava junto comigo e consegui me tornar uma pessoa melhor em muitas coisas que antes eu não era.”