Diabetes e consumo de açúcar: mitos e verdades sobre o tema

mulher em dúvida sobre o consumo de açúcar

A diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que tem a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-a em energia para manutenção das células do nosso organismo. Assim, é comum fazer a relação entre diabetes e consumo de açúcar. Mas, será que essa afirmação tem mesmo fundamento?

Causa ou não da doença, fato é que o consumo de açúcar em excesso não faz nada bem à saúde. Dessa forma, reunimos aqui algumas informações sobre o consumo da substância e sua relação com a diabetes, além de trazer dicas de alimentação para uma vida mais saudável.

Assim, se você sente que vem exagerando um pouco nos doces, ou tem apenas curiosidade em saber como o açúcar afeta seu organismo, vale a pena conferir esse conteúdo especial que nós aqui da Farmácias Associadas preparamos para você! 🙂

Qual a relação entre diabetes e consumo de açúcar?

De acordo com uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Diabetes, grande parte da população tem a falsa ideia de que basta evitar o consumo de açúcar para se ver livre da diabetes. 

Entretanto, segundo o endocrinologista Luiz Turatti, em entrevista ao portal Drauzio Varella, a atividade física regular, parar de fumar e dieta adequada é que são os fatores primordiais da prevenção.

Ou seja, de acordo com o especialista, não existe nenhum alimento específico que por si só provoque o desenvolvimento da diabetes. Porém, a dieta inadequada – incluindo os açúcares e gorduras – aliada ao sedentarismo pode sim desencadear a doença.

Quais os malefícios do consumo em excesso do açúcar?

Um estudo publicado recentemente na revista The BMJ apontou que o açúcar em excesso está associado a pelo menos 45 problemas de saúde, incluindo gota, obesidade, pressão alta, ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC), câncer, asma, cárie dentária, depressão e morte precoce.

O trabalho focou no açúcar adicionado durante o processamento dos alimentos e vendido como “açúcar de mesa”, além de outros adoçantes. Ou seja, não inclui açúcares presentes naturalmente em laticínios ou frutas e vegetais integrais.

Segundo especialistas, o alto consumo de açúcar adicionado aumenta o risco de obesidade, que por sua vez é um fator de risco para vários tipos de câncer e outras doenças, como diabetes tipo 2, síndrome metabólica e doenças cardiovasculares.

Em relação à associação com a depressão, a explicação pode estar nos alimentos ultraprocessados, como biscoitos e doces vendidos em supermercados. Esses produtos aumentam a inflamação, que é um fator de risco para a depressão.

Como saber se estou consumindo açúcar em excesso?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no máximo 10% das calorias diárias devem ser provenientes do consumo de açúcar. 

Assim, considerando uma dieta de 2.000 calorias, esse percentual equivale a 50 gramas de açúcar por dia (cerca de 10 colheres de chá).

No entanto, reduzir essa porcentagem para 5% (25 gramas ou 5 colheres de chá) é ainda melhor para a saúde. Essa recomendação abrange tanto os açúcares adicionados pela indústria, quanto pela população no ato de cozinhar e consumir, bem como os naturalmente presentes nos alimentos (por exemplo, mel, suco de frutas, entre outros).

Como identificar o açúcar nos alimentos processados?

Em razão de nem sempre percebermos a quantidade de açúcar nos alimentos processados e ultraprocessados, é preciso ficar de olho nos rótulos. 

O açúcar pode ser encontrado na lista de ingredientes dos rótulos de alimentos com os seguintes nomes: açúcar, açúcar invertido, açúcar turbinado, dextrose, dextrina, frutose, glicose, glucose, maltose, maltodextrina, oligossacarídeos, sacarose, xarope glucose-frutose, xarope de milho, entre outros.

Segundo pesquisa da USP – Universidade de São Paulo, os refrigerantes são os maiores responsáveis pelo excesso de açúcar consumido por adolescentes e adultos. Nos mais jovens, a bebida responde por 34,2% do açúcar ingerido pelos meninos e 32% do açúcar ingerido pelas meninas. 

Vale lembrar que uma lata de 350ml de refrigerante possui em média 38 gramas de açúcar. Ou seja, bem acima do ideal de consumo de 25 gramas diárias.

Como reduzir o consumo de açúcar?

Estima-se que o açúcar presente nos alimentos industrializados corresponde a 36% do total consumido no Brasil. Os outros 64% seriam adicionados pelo próprio indivíduo em sucos, cafés e demais preparações do dia a dia.

Isso significa que ficar atento aos rótulos é fundamental, mas também é preciso que haja conscientização sobre a necessidade de reduzir o consumo da substância em geral. Nesse sentido, o Ministério da Saúde sugere algumas mudanças simples de hábito, tais como:

  • Prefira sempre alimentos in natura ou minimamente processados;
  • Evite o consumo de alimentos ultraprocessados e não os ofereça para as crianças menores de 2 anos;
  • Não adicione açúcar às bebidas ou reduza, gradativamente, a quantidade ao mínimo (incluindo café, chás, sucos);
  •  Evite substituir o açúcar por adoçantes artificiais ou naturais;
  • Substitua o consumo de doces por frutas frescas;
  • Evite bebidas adoçadas, incluindo as bebidas light e diet;
  • Prefira sempre água no lugar das bebidas açucaradas.

Em conclusão, o açúcar por si só não é causa direta da diabetes, mas quando associado à má alimentação e ao sedentarismo, pode sim ser um fator de risco. Por outro lado, estudos mostram que o consumo em excesso da substância está relacionado à obesidade e à inflamação, que são fatores desencadeantes de diversos problemas de saúde. 

E então, bora diminuir o consumo de açúcar? Como está a sua alimentação nesse sentido? É difícil para você evitar os doces? Conta pra gente nos comentários!


* Confira também aqui no blog o post Diabetes: 6 sintomas que podem ser alertas da doença.

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