Você sabia que a meningite é considerada um grave problema de saúde pública devido ao seu potencial de transmissão e aos danos que pode causar? É por essa razão que o 24 de abril, data que marca o Dia de Combate à Meningite, assume extrema importância.
Tanto as formas bacterianas quanto as virais dessa doença podem ser graves e até mesmo fatais se não forem tratadas adequadamente. Só em 2023, o Brasil registrou cerca de 8 mil casos de meningite e mais de 800 mortes em decorrência da doença, segundo dados do Ministério da Saúde.
Dessa forma, é fundamental ressaltar a necessidade de manter a vacinação das crianças em dia, pois elas estão entre os grupos mais vulneráveis.
Neste texto, vamos abordar o que é meningite, compreender seus sintomas, formas de transmissão e as medidas de prevenção da doença. Acompanhe conosco e reforce seus conhecimentos sobre o tema!
O que é meningite
A meningite é uma infecção que se instala, principalmente, quando uma bactéria ou vírus, por alguma razão, consegue vencer as defesas do organismo e ataca as meninges, que são as membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central.
Como ocorre a transmissão?
A meningite pode ser transmitida de uma pessoa para outra através de diferentes vias, como fala, tosse, espirros e beijos, permitindo que os agentes infecciosos presentes na garganta de um indivíduo infectado sejam transferidos para outro.
É importante destacar que nem todas as pessoas que entram em contato com o agente infeccioso da meningite desenvolvem a doença. Isso ocorre porque o organismo humano tem a capacidade de criar anticorpos em resposta ao contato com essas bactérias e vírus, o que confere resistência à infecção.
As crianças com idades entre 6 meses e 1 ano são particularmente vulneráveis ao meningococo. Isso se deve ao fato de que, nessa faixa etária, elas ainda não desenvolveram completamente os anticorpos necessários para combater a infecção, tornando-as mais suscetíveis a contrair a doença.
Quais são os sintomas da meningite? Qual a diferença entre meningite viral e bacteriana?
Meningite viral
As meningites virais geralmente apresentam um quadro mais leve em comparação com as bacterianas. Os sintomas são semelhantes aos de gripes e resfriados. Este tipo de infecção afeta principalmente crianças, que podem manifestar febre, dor de cabeça, rigidez na nuca, falta de apetite e irritabilidade.
Quando os exames confirmam que se trata de uma meningite viral, a abordagem médica consiste em monitorar e aguardar que o corpo se recupere, como ocorre com outras infecções virais.
Meningite bacteriana
Por outro lado, as meningites bacterianas são mais graves e exigem tratamento imediato. Os agentes causadores principais são as bactérias meningococos, pneumococos e hemófilos, com transmissão pelas vias respiratórias ou associada a infecções de ouvido, entre outras.
Os sintomas da meningite bacteriana aparecem rapidamente e incluem febre alta, mal-estar, vômitos, intensa dor de cabeça e no pescoço, dificuldade em encostar o queixo no peito e, ocasionalmente, manchas vermelhas na pele. A presença desses sinais indica que a infecção está se espalhando rapidamente pela corrente sanguínea. Em bebês, pode-se notar o inchaço da moleira.
Alguns sintomas da meningite podem ser confundidos com os de outras infecções por vírus e bactérias. Não fique na dúvida: criança chorosa, inapetente e prostrada, que se queixa de dor de cabeça, precisa ser levada, o mais depressa possível, para avaliação médica de urgência.
Qual é o tratamento para meningite?
No caso das meningites virais, assim como ocorre com outras infecções virais, não há um tratamento específico. Os medicamentos utilizados visam principalmente aliviar os sintomas, como febre e dor.
Já as meningites bacterianas são tratadas com antibióticos administrados diretamente na corrente sanguínea do paciente, por meio de uma via endovenosa. Isso porque é fundamental iniciar o tratamento o mais rápido possível para evitar complicações e danos permanentes.
Caso a causa da meningite seja fungos ou bacilo da tuberculose, o tratamento requer um período prolongado com o uso de antibióticos e quimioterápicos, administrados por via oral ou endovenosa, para combater a infecção de forma eficaz.
Como prevenir a meningite?
É possível prevenir a meningite através da adoção de alguns hábitos simples, tais como:
- Evite locais com aglomeração de pessoas, onde o risco de transmissão de doenças infecciosas, como a meningite, é maior.
- Mantenha os ambientes bem ventilados e, sempre que possível, ensolarados. Isso é especialmente importante em locais como salas de aula, locais de trabalho e durante o transporte coletivo, onde a circulação de ar pode ajudar a reduzir a propagação de agentes infecciosos.
- Evite compartilhar objetos de uso pessoal, como copos, talheres e itens de higiene pessoal, para reduzir o contato direto com secreções que possam conter os agentes causadores da meningite.
- Reforce os hábitos de higiene, lavando as mãos com frequência, principalmente antes das refeições e após usar o banheiro. Isso ajuda a prevenir a disseminação de bactérias e vírus que podem causar infecções.
- Mantenha a vacinação em dia, seguindo o calendário vacinal recomendado pelas autoridades de saúde.
Quais são as vacinas contra meningite?
A rede pública de saúde oferece, gratuitamente, vacina contra as formas mais graves de meningite. Confira quais são elas e em que idade devem ser tomadas, lembrando sobretudo que adolescentes e adultos que não tenham recebido as doses podem tomar a qualquer momento.
- Meningite tipo C (a proteção está contida na vacina Meningo C):
Crianças (1ª dose aos 3 meses; 2ª dose aos 5 meses; e reforço entre 12 meses e 4 anos 11 meses e 29 dias) e adolescente entre 12 e 13 anos (dose única).
- Meningite por pneumococo (a proteção está contida na vacina Pneumo 10):
Crianças (1ª dose aos 2 meses; 2ª dose aos 4 meses; e reforço entre 12 meses e 4 anos 11 meses e 29 dias).
- Meningite por Haemophilus influenzae (a proteção está contida na vacina Pentavalente):
Crianças (1ª dose aos 2 meses; 2ª dose aos 4 meses; e 3ª dose aos 6 meses).
- Meningite tuberculosa (a vacina BCG protege contra a meningite tuberculosa): Disponível para crianças, ao nascer.
Por que é importante vacinar as crianças?
Os efeitos tardios da meningite podem ter consequências permanentes na vida do paciente, incluindo danos aos órgãos, perda auditiva, lesões cerebrais, dificuldades de aprendizagem e até mesmo perda de membros. Dessa forma, vacinar as crianças contra a meningite tem um papel fundamental na proteção da saúde infantil.
Além disso, ao receberem as vacinas recomendadas, as crianças não apenas se protegem contra as formas mais severas da doença, mas também contribuem para a imunidade coletiva, reduzindo o risco de surtos e protegendo aqueles que são mais vulneráveis, como bebês muito novos ou indivíduos com sistemas imunológicos comprometidos.
Portanto, vamos unir esforços para combater a meningite, protegendo nossas crianças e promovendo a importância da vacinação!
Se você tem alguma experiência ou dúvida sobre a meningite, compartilhe nos comentários. Quer ver mais temas como esse por aqui? Deixe sua sugestão!
* Com informações da Biblioteca Virtual em Saúde e Ministério da Saúde.
** Confira também aqui no blog o post Vacina contra HPV: conheça a imunização que previne diversos tipos de câncer.