Tabagismo passivo: entenda o impacto do fumo na saúde de pessoas não fumantes

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Para quem não fuma, conviver com fumantes é muito mais do que lidar com o incômodo do cheiro. O tabagismo passivo, que ocorre quando pessoas não fumantes inalam a fumaça do cigarro de terceiros, é um risco sério à saúde. Estudos mostram que o fumo passivo pode causar diversas doenças, afetando adultos, crianças e até mesmo animais de estimação.

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, a Farmácias Associadas aproveita a data para conscientizar a população sobre os perigos do tabagismo passivo e a importância de evitar a exposição à fumaça do cigarro.

Neste texto, vamos abordar os principais impactos do tabagismo passivo na saúde, as estratégias para se proteger dos riscos da fumaça e como estimular familiares e amigos na luta contra o cigarro. Confira as informações que selecionamos e entre nessa campanha antitabagismo conosco!

O que é tabagismo passivo

O tabagismo passivo compreende a situação em que uma pessoa inala a fumaça de derivados do tabaco presente no ambiente. Essa fumaça é gerada a partir da queima de produtos como cigarros, charutos, narguilés e vapes.

Afinal, quando alguém fuma, a fumaça não é inalada apenas por ela, mas se espalha pelo ambiente, sendo respirada por todos ao redor, inclusive por aqueles que não têm o hábito de fumar. Essa condição é também conhecida como fumaça de segunda mão.

Além disso, existe também o fenômeno que chamamos de fumo de terceira mão, que é o fato das substâncias liberadas durante a queima do cigarro impregnarem móveis, tecidos ou paredes. Embora não se enquadre como tabagismo passivo, também representa riscos para a saúde da coletividade.

Por que o tabagismo passivo é tão nocivo para a saúde?

A fumaça do cigarro a que os fumantes passivos estão expostos contém as mesmas substâncias cancerígenas encontradas na fumaça inalada pelos fumantes, explica o oncologista Carlos Gil Ferreira, em entrevista ao portal Drauzio Varella.

Aliás, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), a fumaça que sai da ponta do cigarro e se espalha pelo ambiente contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala.

Outro ponto de alerta está no fato de que, quando um cigarro é aceso, o fumante inala apenas uma parte da fumaça. Enquanto cerca de 2/3 da fumaça produzida pela queima é liberada no ambiente pela ponta acesa.

Quais os riscos para a saúde de quem convive com fumantes?

A exposição à fumaça do tabaco pode causar problemas de saúde tanto a curto quanto a longo prazo. A seguir, analisamos os principais riscos e implicações para adultos, crianças, bebês e mulheres grávidas.

  • Riscos a curto prazo: a exposição à fumaça pode provocar reações alérgicas, como rinite, tosse, conjuntivite e piora da asma. 
  • Riscos a longo prazo: a exposição contínua ao tabagismo passivo pode levar a condições graves, como infarto, câncer de pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica, incluindo enfisema e bronquite crônica.
  • Riscos para crianças e bebês: estes são ainda mais vulneráveis ao tabagismo passivo, com maior risco de desenvolver doenças respiratórias, infecções no ouvido médio e até a síndrome da morte súbita infantil. 
  • Riscos para gestantes: mulheres grávidas expostas à fumaça também enfrentam sérios riscos, como natimorto, malformações congênitas e bebês com baixo peso ao nascer.

É importante salientar que não existe um nível seguro de exposição ao tabagismo passivo. A única maneira eficaz de proteger fumantes e não fumantes é eliminar completamente o tabagismo em ambientes fechados.

Qual o impacto do tabagismo passivo na saúde pública?

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, cerca de 10% das pessoas que não fumam são expostas à fumaça do tabaco dentro de suas próprias casas. Entre essas, mulheres e jovens de 18 a 24 anos são os mais afetados.

Nos ambientes de trabalho, aproximadamente 13% dos não fumantes convivem com a fumaça do tabaco.

No Brasil, o tabagismo passivo é responsável por pelo menos sete mortes diárias e gera um custo de cerca de R$ 37 milhões por ano aos cofres públicos.

O que é a Lei Antifumo?

A Lei Antifumo, introduzida em São Paulo em 2009 e ampliada para todo o Brasil em 2014, proíbe o consumo de cigarros e similares em locais fechados de uso coletivo, como bares, restaurantes e áreas comuns de condomínios. Estabelecimentos são responsáveis por garantir o cumprimento da lei, podendo ser multados ou até ter suas atividades suspensas em caso de descumprimento.

Essa legislação teve um impacto significativo, com a redução do número de fumantes no Brasil de 30% para 9,3%. Além de proteger a saúde pública ao diminuir a exposição ao fumo passivo, a lei também desempenhou um papel educativo, incentivando dessa forma muitos fumantes a repensarem seus hábitos.

Como se proteger do tabagismo passivo?

Adote uma política de casa sem cigarro

Solicite que moradores e visitas fumem apenas do lado de fora, longe de janelas ou portas abertas, para evitar que a fumaça entre na casa.

Remova os cinzeiros de sua casa

Elimine qualquer incentivo para que alguém fume dentro de casa, removendo todos os cinzeiros e acessórios relacionados ao fumo.

Incentive familiares a parar de fumar

Encoraje seus familiares fumantes a abandonarem o hábito e ofereça suporte, sugerindo portanto a participação em grupos de apoio para parar de fumar.

Evite lugares onde as pessoas estejam fumando

Procure não frequentar ambientes onde as pessoas fumam, protegendo sua saúde e a de sua família.

Mantenha distância de fumantes em áreas abertas

Mesmo ao ar livre, como em parques ou ruas, procure ficar longe de fumantes para reduzir a exposição à fumaça.

Como estimular amigos e familiares a deixarem de fumar?

Estimular amigos e familiares a deixarem de fumar pode ser um desafio, pois a decisão de parar é profundamente pessoal e deve partir do próprio desejo de mudança. Ou seja, o apoio e a compreensão são fundamentais, mas a motivação para parar de fumar deve vir do próprio indivíduo.

Uma vez presente o desejo de abandonar o vício, vale lembrar que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece um programa gratuito e acessível para ajudar as pessoas a pararem de fumar. O programa inclui orientação, acompanhamento e suporte para quem deseja abandonar o hábito.

Basta procurar atendimento em uma das mais de 48 mil Unidades Básicas de Saúde distribuídas em todo o Brasil, que fornecerão informações sobre locais e horários de tratamento em cada região.

Esperamos que esses dados e dicas possam ajudar a criar ambientes livres de tabagismo, preservando a saúde de todos. Você quer ver mais temas como esse por aqui? Deixe sua sugestão nos comentários!


* Confira também aqui no blog o post Vape faz mal? Entenda porque cigarros eletrônicos são altamente prejudiciais.

** Com informações do portal Drauzio Varella, Instituto Nacional do Câncer e Jornal da USP.

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