Lesão por Esforço Repetitivo: conheça a síndrome que causa dor nos membros superiores e dedos

Após horas prolongadas de trabalho, principalmente em atividades que envolvam os membros superiores, é comum sentir desconforto nas mãos ou em outras partes do corpo. Acontece que, embora esses sintomas possam parecer triviais, eles também podem ser indicativos da Lesão por Esforço Repetitivo (LER).

De olho nesse cenário, o dia 28 de fevereiro foi escolhido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como o Dia Mundial de Combate às Lesões por Esforços Repetitivos (LER). A data chama atenção para esse distúrbio que tem relação direta com o trabalho e que atinge milhões de brasileiros. 

De acordo com o estudo Saúde Brasil, realizado em 2018 pelo Ministério da Saúde, o total de registros de casos de LER cresceu 184% entre os anos de 2007 e 2016.

Neste conteúdo, abordaremos o que é LER, suas causas, sintomas, diagnóstico e, sobretudo, estratégias de prevenção e tratamento. Acompanhe conosco!

O que é Lesão por Esforço Repetitivo?

O ambiente de trabalho e o trabalho em si, quando algumas precauções não são tomadas, podem propiciar alguns problemas, como a LER. Essa sigla significa Lesões por Esforços Repetitivos e está inclusa em um grupo de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort).

Apesar de ser menos conhecido do que a LER, o termo Dort tem sido introduzido para substituí-lo, pois existem outras sobrecargas – envolvendo postura inadequada, excesso de força, entre outros – que também são nocivas ao trabalhador. Tais sobrecargas causam outros sintomas e podem não apresentar lesões evidentes.

Os distúrbios mais frequentes são as tendinites (principalmente na região do ombro, cotovelo e punho), as lombalgias (ou seja, dores na região lombar) e as mialgias (dores musculares em vários locais do corpo).

Quais são os fatores de risco da LER?

Uma variedade de fatores pode contribuir para a propensão ao desenvolvimento da LER, abrangendo aspectos cognitivos, sensoriais, biomecânicos e emocionais. De modo geral, essa a Lesão por Esforço Repetitivo está frequentemente relacionada a:

  • Execução de movimentos repetitivos, sem pausas para recuperação; 
  • Exposição a vibrações; 
  • Posturas estáticas ou inadequadas no trabalho; 
  • Mobiliários não ergonômicos; 
  • Temperaturas extremas; 
  • Ruídos elevados; 
  • Carga e ritmo de trabalho acelerado; 
  • Pressão excessiva por metas; 
  • Horas extras em excesso; 
  • Sobrecarga de peso;
  • Exigências cognitivas severas; 
  • Ritmo de trabalho excessivo; 
  • Ambiente social e técnico do trabalho inadequados, entre outros.

Pessoas que trabalham no computador estão mais propensas a desenvolver LER?

Os fatores de risco para a ocorrência de LER devem ser analisados de forma integrada, mas algumas ocupações estão mais propensas a sofrer estas lesões. 

No Brasil, de 2006 a 2022, o maior número de notificações da síndrome, de acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, foi entre trabalhadores de serviço doméstico, seguido de alimentadores de linha de produção e operadores de máquinas a vapor e utilidades.

Pessoas que trabalham com computadores também estão entre os profissionais mais propensos a desenvolver LER, assim como músicos, esportistas, pessoas que fazem trabalhos manuais, cozinheiros e auxiliares de cozinha, pedreiros, eletricistas, entre outros.

Quais são os sintomas da Lesão por Esforço Repetitivo?

  • Dor localizada, especialmente nos membros superiores e dedos;
  • Dificuldade de movimentação;
  • Fraqueza, cansaço, peso, dormência, formigamento;
  • Sensação de diminuição, perda ou aumento de temperatura e sensibilidade;
  • Redução na amplitude do movimento;
  • Dificuldades para o uso dos membros, particularmente das mãos, e, mais raramente, sinais de hipotrofia ou atrofia.

Esses sintomas podem ficar piores ao fazer certos movimentos. É importante notar por quanto tempo duram, quais atividades os tornam piores, o quanto são fortes e se melhoram em períodos de descanso, como feriados e fins de semana.

As complicações desta síndrome envolvem a incapacidade temporária parcial para o trabalho e a incapacidade permanente parcial ou total, podendo levar à perda precoce da capacidade para o trabalho e ao afastamento por período prolongado. Por isso, a principal orientação é buscar atendimento médico ao primeiro sinal de desconforto.

Como é feito o diagnóstico?

Para o diagnóstico de Lesão por Esforços Repetitivos ou outro distúrbio, o especialista pode solicitar histórico clínico detalhado, relato de comportamento de hábitos relevantes, histórico pessoal e familiar, exame físico e exames complementares de imagem.

Como é feito o tratamento da LER?

Durante crises agudas de dor, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos anti-inflamatórios, além da recomendação de repouso das estruturas musculoesqueléticas afetadas. 

Em estágios mais avançados da síndrome, a administração de corticoides localmente na área afetada ou por via oral, sessões de fisioterapia e, em alguns casos, intervenção cirúrgica são opções terapêuticas consideradas.

Como prevenir a Lesão por Esforço Repetitivo?

  • Manter sempre uma postura apropriada durante o horário de trabalho, ou seja, com as costas eretas e bem apoiadas no encosto da cadeira.  Cuide também para que os punhos não estejam dobrados;
  • Faça pausas e alongamentos a cada 60 minutos;
  • Respeite os limites do corpo;
  • Utilize apoios ergonômicos para os punhos e pés durante a utilização do computador;
  • Mantenha o monitor na altura dos olhos para dessa forma não ter que forçar o pescoço para baixo;
  • Utilize cintas e outros acessórios de proteção fornecidos pela empresa ao executar tarefas que exigem força física;
  • Lembre-se que a LER acontece também fora do trabalho. Ou seja, mesmo quem passa muito tempo usando o computador para diversão também pode acabar tendo esse problema;
  • Pratique exercícios físicos regularmente.

Esperamos que as informações que reunimos neste conteúdo auxiliem você a identificar os sintomas da Lesão por Esforço Repetitivo, além de adotar hábitos que ajudem a prevenir a condição. Você ficou com alguma dúvida sobre o tema? Quer ver mais assuntos como este por aqui? Conta pra gente nos comentários!


* Com informações do Ministério da Saúde, portal Drauzio Varella e Unifesp.

** Confira também aqui no blog o post 9 exercícios de alongamento para viver melhor e envelhecer bem.

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