Novo Coronavírus | Muita calma nessa hora

O que já era esperado aconteceu: o novo coronavírus chegou ao Brasil. A cada dia mais casos são identificados, especialmente nas grandes cidades. Ao olhar o noticiário na TV e as reações do mercado mundial à propagação do vírus, fica fácil entrar em pânico. As cenas dos gigantescos hospitais construídos em 10 dias na China ou das cidades isoladas na Itália ficarão na memória como um dos períodos mais tensos do ano, talvez da década. No entanto, médicos, pesquisadores e entidades de saúde são unânimes em aconselhar: com cuidado e calma, os danos podem ser minimizados.

Os “corona” são uma família de vírus que é velha conhecida da ciência. Em geral, são responsáveis por doenças respiratórias que apresentam desde sintomas leves até quadros de pneumonia. Este novo coronavírus, originário da província chinesa de Hubei, causa a doença chamada de Covid-19, uma infecção respiratória com sintomas que podem ir de uma simples coriza até dificuldades severas para respirar.

O que os cientistas já sabem é que a Covid-19 costuma ser mais branda em crianças e jovens. Estima-se que 30% dos infectados adultos sequer apresentem sintomas. Os idosos, por outro lado, são os mais afetados, devido à debilidade do corpo e da presença de outras doenças como diabetes ou condições cardiopulmonares, que costumam agravar os sintomas. Neste grupo, a doença costuma evoluir rapidamente, com eventual necessidade de internação e utilização de aparelhos para respiração artificial.

Primos mais velhos do novo coronavírus já causaram epidemias antes. É o caso da Síndrome Respiratória Aguda Grave, a Sars, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio, a Mers, que no início dos anos 2000 aterrorizaram o mundo principalmente pela alta taxa de letalidade. O parente mais novo desses velhos inimigos da saúde não é tão agressivo como seus primos e a taxa de mortalidade da Covid-19 está estimada em pouco mais de 3% até agora. A capacidade de contaminação do novo coronavírus, no entanto, é muito maior do que a de seus parentes – o que faz dessa doença muito contagiosa e de difícil contenção.

Declarada pandemia pela Organização Mundial de Saúde, a Covid-19 está espalhada por quase todos os países. Na China, especialmente na cidade de Wuhan, epicentro da doença, a epidemia já está em declínio, e o número de casos registrados é cada vez menor. Uma boa notícia, que demonstra a eficiência das medidas de contenção e também revela que o surto pode ser controlado, desde que cada um faça sua parte nas medidas de contenção e prevenção. O melhor, então, é seguir os conselhos de médicos e cientistas e manter a calma, por mais que isso pareça difícil. Confira a seguir as orientações de órgãos como a Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde sobre como prevenir e o que fazer em caso de suspeita de contaminação pelo novo coronavírus.

  • Lave as mãos com água e sabão e utilize álcool 70% várias vezes ao dia. Apesar de simples, essa é uma das medidas mais importantes no combate ao novo coronavírus. Pesquisadores já descobriram que o vírus é facilmente eliminado das superfícies com produtos simples, como o álcool. Transmitido por gotículas de saliva e muco, o vírus passa de uma pessoa para a outra, geralmente, pelas mãos contaminadas.
  • Não leve as mãos ao rosto, evitando tocar a boca, o nariz e os olhos, especialmente quando estiver na rua. Ao espirrar ou tossir, cubra o rosto com o antebraço e não com a mão – isso evita que o vírus fique depositado nas mãos ou se espalhe pelo ar.
  • Não use máscara se você não tiver sintomas, pois além de inútil para a sua saúde, o uso indevido desequilibra o comércio. Ao desperdiçar uma máscara, ela fará falta aos profissionais de saúde ou aos doentes, que precisam usá-las para que não espalhem a infecção.
  • Idosos e pessoas com condições de saúde anteriores, como doenças cardíacas, pulmonares ou diabetes, correm os maiores riscos. É importante que conversem com o médico para orientações específicas em caso de contato com pessoas que tenham viajado ao exterior ou que tenham sido expostas ao vírus.
  • Evite locais fechados e com concentração de pessoas, bem como as multidões. Prefira ambientes arejados e com circulação constante de ar.
  • Ainda não existem medicamentos ou vacina contra o coronavírus. Portanto, a prevenção é o melhor remédio.
  • Se você apresenta os sintomas, comunique a Secretaria de Saúde da sua cidade e aguarde em casa a orientação dos profissionais.
  • Se você estiver doente, não saia de casa sem a orientação do médico ou da Secretaria de Saúde. Alerte parentes e amigos sobre o seu estado, para que respeitem o seu isolamento e o período da sua recuperação sem correr riscos. A imensa maioria dos pacientes deve se recuperar em casa, obedecendo as orientações médicas. Apenas uma pequena parcela precisará ficar internado no hospital.
  • Cuide da sua saúde, alimente-se bem e mantenha em dia o calendário de vacinas, inclusive a vacina contra a gripe. Assim, você não sobrecarrega o sistema imunológico e se mantém forte.
  • Cuide dos idosos, especialmente os que apresentam quadros de debilidade ou os que vivem institucionalizados, como os moradores de residenciais geriátricos. Evite removê-los ou leva-los a locais em que haja muita gente. Peça aos amigos e parentes que jamais visitem um idoso caso tenham viajado ou tido contato com alguém com suspeita de Covid-19. Se você estiver doente, mesmo que os sintomas sejam leves, não visite o idoso.

10 questões sobre AIDS para você testar seus conhecimentos

Muito em evidência entre as décadas de 1980 e 1990, quando artistas e personalidades brasileiras faleceram em decorrência dela, a AIDS atualmente é pouco abordada nas conversas do dia a dia. Esse cenário leva muitas pessoas a crer que o vírus do HIV está erradicado, entretanto não é essa a realidade no Brasil.

De acordo com dados das Nações Unidas, na América Latina, em 2017, sete países concentraram quase 90% das novas infecções. Destas, 49% aconteceram no Brasil. Além disso, enquanto os novos casos de infecção caíram mais de 20% em vários países, no Brasil ocorreu um ligeiro aumento de 3%.
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