Mês de Conscientização do Autismo: fique atenta aos sinais

Criado em 2007, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo é celebrado em 02 de abril e deu origem à campanha chamada Abril Azul. Isso significa que durante todo o mês acontecem várias ações que buscam chamar a atenção para esse transtorno que afeta o desenvolvimento das crianças ainda nos primeiros anos de vida.

O autismo não tem cura, mas quanto mais cedo a família e a escola forem orientadas sobre o quadro da criança, melhor será sua inserção social e aquisição de autonomia. Por isso um dos objetivos da campanha Abril Azul é justamente destacar a importância do diagnóstico precoce do TEA – Transtorno do Espectro Autista.

Os sinais mais óbvios do Transtorno do Espectro Autista tendem a aparecer entre 2 e 3 anos de idade. Em alguns casos, ele pode ser diagnosticado por volta dos 18 meses. Dessa forma, relacionamos abaixo algumas informações que podem ajudar no diagnóstico. O ideal é que, havendo alguma suspeita, os pais busquem avaliação profissional sem demora, uma vez que a intervenção precoce pode fazer a diferença no sucesso do tratamento.

O QUE CARACTERIZA O AUTISMO

O Transtorno do Espectro Autista engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem  se manifestar em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicaçãodificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

O autismo já foi considerado uma condição rara, que atingia uma em cada 2 mil crianças. Hoje, as pesquisas mostram que uma em cada cem crianças (algumas pesquisas indicam que o transtorno é ainda mais frequente) pode ser diagnosticada com algum grau do espectro. Outro dado curioso é que afeta mais meninos do que meninas (a cada quatro autistas, apenas um é do sexo feminino).

PRINCIPAIS SINAIS DO AUTISMO NA INFÂNCIA

Os sintomas do autismo começam a se manifestar nos primeiros três anos de vida, mas nem sempre são notados pelos pais, o que prejudica o tratamento. Por isso, fique atenta caso seu filho apresente os seguintes comportamentos:

  • Ainda quando bebê, não interage com a mãe durante a amamentação;
  • Apresenta dificuldade em olhar nos olhos das pessoas;
  • Tem resistência para interagir socialmente;
  • Não atende quando chamado pelo nome;
  • Separa objetos por cor e tamanho, mantendo comportamentos repetitivos e sem finalidade aparente;
  • Fica horas com um objeto fazendo o mesmo movimento, geralmente circular;
  • Apresenta movimentos corporais repetitivos, às vezes de forma violenta;
  • Em vez de pedir, leva as pessoas pela mão até o lugar onde quer que algo seja feito;
  • Não acompanha acontecimentos a sua volta.

É importante ressaltar que esses sinais são apenas indicativos de que algo pode estar não funcionando bem. Ao notar algum deles, a ordem é buscar o auxílio profissional.


OS DIFERENTES GRAUS DE AUTISMO

A gravidade da apresentação do Transtorno do Espectro do Autismo é variável. As manifestações são classificadas em leve, moderada e grave.

TEA leve é característico dos pacientes que não apresentam atrasos significativos. No geral, eles se comunicam e mantém suas atividades da vida diária e possuem um nível de interação social.

TEA grave é representado pelos pacientes com grande déficit. A comunicação e interação social são precárias. Eles apresentam comportamentos repetitivos muito intensos, possuem uma rigidez grande a rotinas e podem ter estereotipias mais incapacitantes, tais como correr de um lado para o outro, balançar o corpo e as mãos.

Já o TEA moderado apresenta um meio termo entre as duas condições. A determinação sempre depende da avaliação médica.

Existe ainda a Síndrome de Asperger. Esses pacientes geralmente têm um diagnóstico mais tardio, pois são indivíduos que comumente não apresentam atrasos de linguagem, pelo contrário, possuem um vocabulário rebuscado, porém formal e monótono.

TRATAMENTO DO AUTISMO

Ainda não se conhece a cura definitiva para o Transtorno do Espectro do Autismo. Da mesma forma não existe um padrão de tratamento que possa ser aplicado em todos os portadores do distúrbio. Cada paciente exige um tipo de acompanhamento específico e individualizado que exige a participação dos pais, dos familiares e de uma equipe profissional multidisciplinar visando à reabilitação global do paciente.

É importante seguir as recomendações dadas pelo profissional que forneceu o diagnóstico e a partir daí buscar terapias nas áreas indicadas a contribuir com o caso. Psicoterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia, terapia ocupacional, atividade física e musicoterapia são algumas das abordagens que podem ajudar.

Vale lembrar que o diagnóstico de autismo muitas vezes pode ser difícil de ser assimilado pela família. Por isso, as pessoas envolvidas precisam conhecer as características do espectro e aprender técnicas que facilitam a autossuficiência e a comunicação da criança e o relacionamento entre todos que com ela convivem.

Além disso, os familiares da criança com autismo também precisam buscar suporte e apoio emocional. Nesse sentido, a AMA – Associação dos Amigos dos Autistas é uma entidade sem fins lucrativos que presta importantes serviços nesse sentido.

Lembre-se de que toda situação é mais fácil de encarar quando não estamos sozinhos, por isso, não tenha medo de buscar ajuda. E se você tiver alguma história relacionada para compartilhar ou mesmo encorajar outras pessoas, vamos adorar conhecê-la nos comentários. ❤


* Com informações de Bebe.com.brPortal Drauzio Varella e Sociedade Brasileira de Pediatria.

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