A hiperidrose nada mais é do que uma condição que provoca suor excessivo. Pode parecer simples, mas quem sofre com essa situação costuma relatar impactos negativos que vão desde o ato de evitar apertos de mãos – em virtude do suor nesta parte do corpo – até a ansiedade em situações de convívio social.
Mas afinal, o que causa a hiperidrose? Como diferenciar a condição do suor excessivo de uma transpiração considerada normal? E quais os tratamentos disponíveis? É sobre essas e outras questões que vamos falar neste post! Acompanhe conosco!
Como identificar a hiperidrose?
A hiperidrose é um termo médico utilizado para caracterizar pessoas que suam excessivamente em determinadas localizações do corpo – principalmente mãos, pés, axilas, rosto e couro cabeludo – em situações corriqueiras do dia a dia.
Sabemos que transpirar é uma condição normal do nosso corpo e ajuda a manter a temperatura. Assim, suamos quando estamos com calor, durante a prática de atividades físicas ou quando estamos com as emoções situações específicas, como momentos de raiva, nervosismo ou medo.
Porém, na hiperidrose a sudorese excessiva ocorre mesmo sem a presença de qualquer desses fatores que mencionamos. Aliás, pode se manifestar até mesmo quando a pessoa está em repouso. Isso acontece porque as glândulas sudoríparas dos pacientes são hiperfuncionantes.
Quais as causas do suor excessivo?
A hiperidrose acomete de 1 a 5% da população. Além do componente genético, considera-se a condição como uma resposta exagerada do cérebro aos estímulos emocionais.
O suor que observamos na face, no tronco e nas costas estão relacionados ao esforço enquanto o que ocorre nas palmas das mãos e dos pés ocorrem por estímulos emocionais e não costumam ocorrer durante o sono.
Como a hiperidrose se manifesta?
A sudorese excessiva pode se manifestar de duas maneiras, quais sejam:
- Hiperidrose Primária Focal: aparece na infância ou adolescência, geralmente, nas mãos, pés, axilas, cabeça ou rosto. As pessoas não suam quando dormem ou em repouso. Normalmente, há mais pessoas na mesma família com o mesmo problema. Ela afeta de 2% a 3% da população, no entanto, menos de 40% dos pacientes com essa condição consultam um médico.
- Hiperidrose Secundária Generalizada: causada por uma condição médica ou pelo efeito colateral de uma medicação, costuma surgir na fase adulta. Ao contrário da primária, o suor acontece em todas as áreas do corpo ou em regiões incomuns e também pode ocorrer durante o sono.
Como identificar a Hiperidrose Primária?
Enquanto a Hiperidrose Secundária possui sintomas bem definidos – como o suor que acomete todas as partes do corpo e a ocorrência durante o sono – a Primária pode ser mais difícil de ser diagnosticada.
Dessa forma, a Hiperidrose Primária costuma ser identificada diante da existência de suor excessivo focal sem causa aparente – com pelo menos seis meses de evolução – e pelo menos mais duas das seguintes situações:
- Ocorrência nos dois lados do corpo de maneira igual;
- Interferência nas atividades diárias;
- Ocorrência pelo menos uma vez na semana;
- Início antes dos 25 anos de idade;
- Histórico familiar de Hiperidrose;
- Interrupção do suor durante o sono.
Quais os tratamentos disponíveis?
O tratamento costuma ser clínico ou cirúrgico. Nos casos mais leves, podem ser indicados medicamentos por via oral e de uso tópico. Quadros mais graves, porém, podem exigir intervenção cirúrgica para a retirada das glândulas sudoríparas das axilas, ou de gânglios da cadeia simpática por via videoendoscópica.
No caso do tipo Secundário, é preciso determinar a causa da condição, diagnosticando alguma doença ou uso de medicação. Já no caso do tipo Primário, a Sociedade Brasileira de Dermatologia elenca alguns tratamentos disponíveis, a exemplo dos que seguem:
- Antitranspirantes: a sudorese excessiva pode ser controlada em alguns casos com fortes antitranspirantes.
- Medicamentos: os anticolinérgicos podem ajudar a impedir a estimulação das glândulas sudoríparas. Assim como betabloqueadores ou benzodiazepínicos podem ajudar a reduzir a transpiração relacionada ao estresse.
- Iontoforese: procedimento que usa eletricidade para “desligar” temporariamente a glândula do suor, sendo mais eficaz para a transpiração das mãos e dos pés.
- Toxina botulínica: pode ser injetada na axila, nas mãos ou nos pés para bloquear temporariamente a sudorese.
- Simpatectomia Torácica Endoscópica (STE): em casos graves, que não respondem aos tratamentos clínicos, pode-se recomendar um procedimento cirúrgico.
- Curetagem e Liposucção: em alguns casos de hiperidrose axilar pode ser feita uma “raspagem”, ou mesmo uma liposucção das glândulas sudoríparas e da gordura que está abaixo da pele da axila, aliviando, desta forma, a sudorese.
Vale lembrar que cada caso possui as suas particularidades. Por isso todo e qualquer tratamento deve ser recomendado e acompanhado por profissional médico habilitado.
Além disso, tratar a hiperidrose é uma forma de corrigir a produção excessiva de suor, mas não vai acabar com o estresse nem com a instabilidade emocional. Assim, em alguns casos o acompanhamento psicoterápico também é bastante eficaz.
Por que é importante procurar tratamento?
Com frequência os pacientes apresentam pele úmida e queixam-se de manchar as roupas, evitam apertos de mão e atividades de trabalho ou lazer que solicitam uma pegada com a mão seca, levando a dificuldades sociais no trabalho, escola e vida pessoal. Ou seja, embora não seja uma doença grave, pode comprometer a qualidade de vida.
Assim, se você vem sentindo algum desconforto com o suor excessivo, lembre-se que a Hiperidrose tem tratamento e pode ser amenizada. Você já viveu alguma situação nesse sentido? Compartilhe sua experiência nos comentários!
* Confira também aqui no blog o post Dicas de verão: 7 cuidados importantes com a saúde e beleza.
** Com informações do Hospital Albert Einstein, Portal Drauzio Varella e Sociedade Brasileira de Dermatologia.