Explicado de uma forma bastante resumida, o etarismo é a discriminação contra pessoas com base em estereótipos associados à idade.
Sabe aqueles comentários do estilo “você não tem mais idade para isso” ou “nossa, esse comportamento nessa idade”? Frases como essas, embora recorrentes, revelam o preconceito em relação à idade, e não deveriam ser socialmente aceitas.
É importante entender que o etarismo não é apenas prejudicial para as pessoas que são alvo de discriminação, mas para a sociedade como um todo, uma vez que perpetua desigualdades e limita o potencial de indivíduos de todas as idades.
É hora de mudarmos essa realidade. Por isso, vamos falar neste post sobre o que configura o etarismo, como ele afeta as pessoas em diferentes esferas e quais atitudes podemos tomar para combater o preconceito por idade! Vamos embarcar juntos nessa jornada? 💪⚡
O que é o etarismo?
O termo etarismo – também utilizado como sinônimo de ageísmo e idadismo – se refere à discriminação com base na idade. Ele ocorre quando se faz suposições ou julgamentos sobre as habilidades, competências, comportamentos ou valor de uma pessoa com base na sua idade cronológica.
A OMS, no Relatório Mundial sobre o Idadismo, define que o termo se refere a estereótipos (como pensamos), preconceitos (como nos sentimos) e discriminação (como agimos) direcionadas às pessoas com base na idade delas.
Dessa forma, o etarismo pode afetar pessoas de todas as faixas etárias, desde crianças até idosos. Esse preconceito pode se manifestar de várias formas, como piadas ofensivas, estereótipos negativos, exclusão social, oportunidades de emprego limitadas e acesso restrito a serviços e recursos.
Como o etarismo se manifesta no cotidiano?
O tema etarismo ganhou repercussão no Brasil nos últimos tempos após a divulgação de um vídeo em que jovens estudantes de uma universidade debocham de uma colega mais velha.
Como os estereótipos ligados ao envelhecimento normalmente não são positivos, o etarismo tende a ser direcionado principalmente às pessoas de mais idade.
A Pesquisa Idosos no Brasil, realizada pelo Sesc São Paulo e Fundação Perseu Abramo, apontou que 81% dos entrevistados concordam que há preconceito contra o idoso no país. Além disso, 18% dos idosos afirmaram terem sido discriminados em um serviço de saúde. E 19% declararam terem sofrido algum tipo de violência física ou verbal.
Outro ponto investigado pela pesquisa foi como os idosos acham que são vistos pelos jovens. Começando pelo aspecto negativo, os idosos acreditam que são caracterizados como incapazes, ultrapassados, desinformados. Em relação às menções positivas, se sentem mais respeitados e dignos de afeto, porém essa visão é menos citada.
Impacto do etarismo no bem-estar da população
Como vimos, o etarismo tende a se manifestar principalmente em relação às pessoas mais velhas. Nesse sentido, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia alerta que essa discriminação tem sérios impactos sobre todos os aspectos da saúde, compreendida como o bem-estar físico, mental e social.
A OMS, por sua vez, aponta que para pessoas idosas o etarismo está associado a:
- Menor expectativa de vida
- Piora da saúde física e mental
- Recuperação mais lenta de incapacidade
- Declínio cognitivo
Além disso, o preconceito relacionado à idade piora a qualidade de vida das pessoas idosas, aumenta seu isolamento social e sua solidão (ambos os fatores estão associados a graves problemas de saúde), restringe sua capacidade de expressar sua sexualidade e pode aumentar o risco de violência e abuso contra as pessoas idosas .
Outro ponto de destaque é que tais consequências tendem a impactar principalmente os grupos desfavorecidos. Dessa forma, pessoas idosas com menor escolaridade têm maior probabilidade de vivenciar os prejuízos que o preconceito tem sobre a saúde.
Como combater o etarismo?
Uma das formas mais adequadas de combater o etarismo é disseminar informações pertinentes ao tema, com o objetivo de conscientizar a população sobre o assunto.
Nesse sentido, a OMS sugere três estratégias para reduzir o etarismo:
1) Políticas e leis que reduzam o etarismo
É preciso que tenhamos políticas públicas e legislação que abordem a discriminação e a desigualdade por idade, bem como leis de direitos humanos.
2) Intervenções educacionais
Ações educacionais para reduzir o etarismo devem ser incluídas em todos os níveis e tipos de formação, do primário à universidade, e portanto em contextos educacionais formais e informais.
Ao fornecerem informações corretas e exemplos que combatam os estereótipos, as atividades educacionais ajudam a melhorar a empatia, dissipar conceitos errôneos sobre diferentes faixas etárias e reduzir o preconceito e a discriminação.
3) Intervenções de contato intergeracional
Deve-se também investir em intervenções de contato intergeracional que visem a fomentar a interação entre pessoas de diferentes gerações. Tal contato pode reduzir o preconceito entre grupos e os estereótipos.
As intervenções de contato intergeracional estão entre as mais eficazes para reduzir o preconceito contra as pessoas idosas, e também se mostram promissoras na redução do preconceito contra os jovens
Em conclusão, todos nós temos um papel a desempenhar no combate ao etarismo. Governos, instituições acadêmicas e de pesquisa, empresas e pessoas de todas as idades podem se juntar ao movimento para reduzir o preconceito em relação à idade.
Como você se posiciona em relação ao etarismo? Você já se sentiu discriminada em razão da idade? O que você acha que pode ser feito para combatermos esse preconceito? Compartilhe a sua experiência ou sugestão nos comentários!
* Confira também aqui no blog o post 5 dicas para envelhecer com qualidade de vida.
Muito bom o contexto sobre o assunto e sou contra a descriminação do idoso por não é por conta da idade q tal pessoa possa sofrer preconceito só por causa da idade.