No Brasil, cerca de 15% das crianças menores de 5 anos apresentam sobrepeso e 7% são consideradas obesas. Na faixa entre 5 e 9 anos, os percentuais são de 31% e 15%, respectivamente. São 6,4 milhões de crianças com excesso de peso e 3,1 milhões já evoluíram para a obesidade. É o que revela a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2020), que acende um alerta importante sobre os riscos da obesidade infantil.
Além do fato de crianças obesas terem maior propensão de se tornarem adultos obesos, meninos e meninas com obesidade correm riscos de desenvolverem doenças nas articulações e nos ossos, diabetes, doenças cardíacas e outras complicações que colocam em risco a saúde física e mental.
Nesse sentido, o dia 3 de junho, Dia da Conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil, chama a atenção da população sobre o combate a esse grave problema de saúde pública. De olho nessa importante campanha, selecionamos informações que podem ajudar a entender as causas da obesidade infantil, seus riscos e como evitá-la! Bora conferir?
O que caracteriza a obesidade infantil?
A obesidade infantil é caracterizada pelo excesso de gordura corporal em crianças com até 12 anos de idade. Considera-se obesidade quando o peso da criança está, pelo menos, 15% acima do ideal para a sua idade.
De acordo com o Ministério da Saúde a avaliação é feita da seguinte forma: o profissional de saúde mensura o peso e a estatura da criança e marca os valores na curva de crescimento e desenvolvimento, observando a classificação indicada, que mostrará se o peso está adequado ou não para aquela fase de desenvolvimento.
Observar os parâmetros para a faixa etária é fundamental, pois eles mudam conforme a criança vai ficando mais velha.
Quais são as principais causas da obesidade infantil?
Engana-se quem pensa que a obesidade infantil está relacionada unicamente ao hábito de comer demais. Na realidade a doença pode ser desencadeada por diversos fatores, tais como:
Consumo excessivo de alimentos gordurosos
Dieta rica em alimentos altamente calóricos e com excesso de gorduras saturadas, açúcares e sódio é um grande fator de risco para a obesidade. Assim, deve-se evitar fast food, refrigerantes, salgadinhos e doces. Por outro lado, é importante estimular o consumo de frutas, vegetais e alimentos integrais.
Falta de atividade física
O estilo de vida sedentário também é um estímulo para a obesidade infantil. O ideal é que a criança seja incentivada a deixar computadores e videogames um pouco de lado para se engajar em esportes ou brincadeiras ao ar livre.
Fatores Genéticos
A predisposição genética pode influenciar a regulação do apetite, o metabolismo e o armazenamento de gordura, tornando algumas crianças mais propensas a desenvolver obesidade. Algumas pesquisas já revelaram que se um dos pais é obeso, o filho tem 50% de chances de apresentar sobrepeso.
Hábitos familiares
O comportamento dos pais e a dinâmica familiar desempenham um papel importante na alimentação. Assim, ambientes em que há pouca ênfase em um estilo de vida saudável – seja em relação ao consumo de alimentos ou à prática de atividades físicas – podem contribuir para a obesidade infantil.
Fatores socioeconômicos
Condições socioeconômicas desfavoráveis, como acesso limitado a alimentos saudáveis, falta de espaços adequados para atividade física e maior disponibilidade de alimentos ultraprocessados a preços acessíveis também são causas do sobrepeso infantil.
Questões emocionais
O estresse, a ansiedade e a depressão, bem como outros problemas emocionais, podem influenciar os padrões alimentares e a relação com a comida, levando ao ganho de peso excessivo.
Quais os riscos da obesidade infantil?
Tanto a obesidade quanto o excesso de peso são preocupações significativas em termos de saúde pública, devido à sua associação com um maior risco de várias complicações. Essas condições incluem:
- aumento do risco para hipertensão arterial
- diabetes
- doenças coronarianas (angina e infarto do miocárdio)
- osteoartrose
- distúrbios metabólicos relacionados a lipídios (colesterol e triglicerídeos)
- doenças da vesícula biliar
- certos tipos de câncer
Sabe-se que as consequências da obesidade estão relacionadas à duração e à gravidade da condição. Entretanto, mesmo as crianças obesas têm maior risco de desenvolver hipertensão arterial, níveis elevados de colesterol, redução do hormônio do crescimento, distúrbios respiratórios e problemas ortopédicos.
Além disso, tanto os adultos quanto as crianças e adolescentes obesos enfrentam pressões significativas do ponto de vista psicológico e social.
Quais as formas de prevenir a obesidade infantil?
Como vimos, a obesidade infantil pode ter como causa diferentes fatores. Portanto, recomenda-se a adoção de diversas ações que auxiliam no tratamento e prevenção do problema. Confira algumas delas:
- Estimular a criança a fazer exercícios, mas com prazer. Pois o fundamental é fazer da atividade física um hábito para a vida;
- Pensar em formas de exercícios físicos que sejam divertidos, tais como dançar, pular corda e jogar futebol com amigos;
- Estipular horário para refeições. Comer em um intervalo mínimo de 1 hora e 30 minutos e máximo de 3 horas;
- Não deixar que a criança coma vendo TV ou jogando videogame;
- Procurar não ter em casa alimentos ultra processados, como bolachas recheadas e salgadinhos;
- Dar o exemplo para a criança, seja praticando atividades físicas ou se alimentando de forma saudável;
- Não usar adoçantes de forma indiscriminada, já que não alteram hábitos e estimulam mais o prazer de comer doces;
- Incluir a criança ativamente na escolha dos alimentos. Dietas não compatíveis com o gosto da criança tendem a falhar e gerar frustração e ansiedade, agravando o quadro de obesidade;
- Se a família já tem tendência à obesidade, cuidar desde o início com os hábitos alimentares: não insistir para “raspar” o prato, não oferecer porções fartas e evitar o hábito da sobremesa;
- Procurar atendimento psicológico caso a criança apresente quadros de estresse e ansiedade.
Por fim, lembre-se que as dicas que compartilhamos aqui são apenas informativas. A obesidade infantil é um problema de saúde, dessa forma, é fundamental procurar apoio médico para definir as melhores formas de combater e prevenir o sobrepeso.
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