A cefaleia, conhecida popularmente como dor de cabeça, é considerada uma das doenças mais incapacitantes no Brasil e no mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, a condição atinge cerca de 140 milhões de brasileiros. Dessa forma, investigar as causas da dor de cabeça constante, e os riscos que ela representa, é assunto mais do que necessário.
De um incômodo passageiro a uma condição debilitante, as dores de cabeça podem assumir diversas formas e intensidades, impactando significativamente a qualidade de vida. Assim, vamos explorar neste texto os diversos aspectos da dor de cabeça constante e, principalmente, em quais condições é necessário buscar ajuda médica!
Por que temos dor de cabeça?
A dor de cabeça constante pode não ter uma causa específica ou pode ser um sintoma de outras doenças. No primeiro caso, é chamada de dor de cabeça primária, sendo considerada uma doença isolada. Embora seja muito debilitante, via de regra não oferece risco à vida dos portadores.
Quando desencadeada por outras doenças, temos a dor de cabeça secundária. Essa pode ser decorrente de tumores do sistema nervoso central, trombose venosa cerebral, ruptura de aneurisma, aumento da pressão intracraniana, entre outras enfermidades.
Quais são os sintomas aliados a dor de cabeça?
A dor na região da cabeça é o sintoma amplamente experimentado por quem sofre de cefaleia. Esse incômodo pode se manifestar em toda a região, ou ocorrer de forma concentrada em áreas como olhos, testa, nuca, moleira e têmporas.
Mas não é só isso. A dor de cabeça constante vai além do desconforto localizado, podendo ocasionar uma série de outros sintomas associados. Comumente relatados estão a hipersensibilidade dos sentidos (como visão, olfato e audição), além da redução da cognição, afetando memória, atenção e raciocínio.
Adicionalmente, a ocorrência de enjoos e náuseas, tonturas e fadiga, tanto física quanto mental, tornam a experiência da cefaleia ainda mais desafiadora e debilitante.
Quando o incômodo configura dor de cabeça constante?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, o indivíduo que possui três ou mais episódios de dor de cabeça por mês, durante o período de três meses, deve olhar o quadro com mais atenção e procurar por atendimento médico.
Quais os tipos mais comuns de dor de cabeça constante?
A Sociedade Brasileira de Cefaleia indica a ciência já identificou mais de 150 tipos de dor de cabeça. Tendo em vista a extensa lista, o Hospital Albert Einstein recorre à CID-10 (10ª Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) para citar os cinco tipos mais comuns de cefaleia. Confira quais são eles:
1) Cefaleia Tensional
É a forma mais comum de cefaleia primária, afetando entre 30% a 78% da população mundial. Pode ocorrer ocasionalmente, de forma frequente (pelo menos 10 vezes em um trimestre) ou infrequente (pelo menos 10 vezes em um ano). Quando a dor se manifesta por mais de 15 dias por mês, considera-se como crônica, sendo ainda mais incapacitante.
Geralmente, a cefaleia tensional pode surgir em qualquer fase da vida e pode estar associada ao estresse diário ou tensão muscular no pescoço. Os sintomas são descritos como uma sensação de pressão ou aperto, semelhante a uma faixa ao redor da cabeça, com duração média de duas horas e podendo ocorrer em vários dias consecutivos.
2) Cefaleia Vascular
Essa forma de cefaleia é classificada como secundária, já que está relacionada a problemas hemorrágicos ou vasculares que desencadeiam processos inflamatórios no cérebro. Nesse caso, as dores de cabeça de intensidade bastante forte.
Exemplos de possíveis causas incluem condições como meningite e acidente vascular encefálico isquêmico. Devido a essas potenciais origens graves, é crucial que a investigação médica seja rápida e minuciosa, permitindo que o médico intervenha de maneira eficiente para o tratamento adequado.
3) Enxaqueca
A enxaqueca é uma dor de cabeça primária que geralmente se inicia na puberdade e afeta mais frequentemente pessoas entre 35 e 45 anos, sendo mais comum em mulheres devido a questões hormonais. Os sintomas incluem dores pulsantes e latejantes de intensidade moderada a grave que podem durar várias horas.
Além disso, a enxaqueca pode ser unilateral ou afetar ambos os lados da cabeça, agravando-se após atividade física e acompanhada frequentemente por náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e ao som.
4) Cefaleia crônica pós-traumática
É classificada como uma forma secundária de dor de cabeça, pois se desenvolve como resultado de um ferimento ou lesão no cérebro. Um exemplo comum que pode levar a essa dor de cabeça contínua é o traumatismo craniano.
Este tipo de dor de cabeça constante está intrinsecamente associado a danos cerebrais, mas o tratamento efetivo do trauma pode levar à melhora e ao alívio da dor.
5) Cefaleia induzida por uso de medicamentos
Essa forma de cefaleia é secundária, surge com o uso crônico e excessivo de medicamentos para aliviar a dor de cabeça. Ou seja, é causada pelo chamado “efeito rebote” do uso de medicamentos.
É a mais comum das cefaleias secundárias, podendo afetar até 3% da população. Seu principal sintoma é a dor de cabeça constante, que costuma ser mais severa ao acordar.
Quando a dor de cabeça constante requer ajuda médica?
Quando a dor de cabeça se torna uma constante em sua rotina, com episódios frequentes ou de intensidade acentuada, é fundamental procurar ajuda médica.
Além disso, é importante estar atento a outras alterações que possam acompanhar a dor, pois essas informações podem ser essenciais para o profissional de saúde elaborar um diagnóstico preciso e indicar o tratamento adequado para o seu quadro clínico.
Vale lembrar que a automedicação sem a avaliação prévia de um profissional capacitado pode trazer problemas para a saúde. Entre os riscos mais frequentes estão o perigo de intoxicação, reações alérgicas, dependência e resistência aos remédios.
Lembre-se que a dor de cabeça pode ser um sintoma de diversas condições, desde um simples estresse cotidiano até doenças mais graves. Portanto, ao perceber que a dor de cabeça constante persiste, evite a automedicação e procure um médico.
Esperamos que as informações que compartilhamos aqui auxiliem você a entender melhor os sintomas da dor de cabeça constante. Quer compartilhar a sua experiência conosco ou contar como tem lidado com a cefaleia? Deixe sua opinião nos comentários!
* Confira também aqui no blog o post Conheça os sintomas da sinusite e como aliviar a inflamação.
** Com informações de Hospital Israelita Albert Einstein e Sociedade Brasileira de Cefaleia.