Na medicina, o conceito de demência compreende diversas doenças que resultam no declínio progressivo da capacidade intelectual. E entre essas enfermidades está a Demência Frontotemporal.
Em geral, a Demência Frontotemporal afeta pessoas acima de 50 anos. Tendo em vista que o número de idosos tem aumentado significativamente em diversos países, incluindo o Brasil, esse é um tipo de doença cada vez mais frequente.
Dessa forma, compreender os sintomas e características da Demência Frontotemporal é essencial para um diagnóstico preciso e início do tratamento. Embora ainda não exista uma cura, existem abordagens e intervenções que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e proporcionar suporte aos seus cuidadores e familiares!
O que é Demência?
O termo demência engloba um conjunto de sintomas que influenciam a capacidade cerebral, abrangendo questões relacionadas à memória, raciocínio, linguagem e comportamento.
Esta é uma condição crônica e gradual. Ou seja, sua gravidade aumenta ao longo do tempo. Atualmente, não possui cura, embora existam opções de tratamento disponíveis.
Vale lembrar que, apesar de ser mais frequente associar diferentes formas de demência ao envelhecimento, a condição também pode afetar indivíduos mais jovens.
Entre as principais doenças que causam demência, temos o Alzheimer, a Demência Vascular, a Doença de Huntington, a Demência Frontotemporal, entre outras.
O que é Demência Frontotemporal?
Tal como o nome indica, a Demência Frontotemporal, também chamada pela sigla DFT, impacta diretamente a região frontal do cérebro.
Os sintomas, intrinsecamente ligados a essa área, têm um impacto significativo na habilidade do indivíduo para interagir com o seu entorno.
A Demência Frontotemporal abrange de 5% a 10% dos casos de síndromes demenciais. A prevalência parece ser maior no sexo feminino.
Recentemente, a Demência Frontotemporal ganhou destaque na mídia depois que o ator Bruce Willis, e também o jornalista Maurício Kubrusly, revelaram terem sido diagnosticados com a doença.
Quais são os sintomas da Demência Frontotemporal?
Em entrevista ao Correio Braziliense, Marcelo Lobo, neurologista do Hospital Santa Lúcia, explica de forma detalhada como se manifestam os sintomas da Demência Frontotemporal, sendo os principais:
- Dificuldades na comunicação: a Demência Frontotemporal geralmente impacta a capacidade de comunicação. Isso pode se manifestar através de dificuldades em encontrar as palavras corretas (condição conhecida como afasia), compreensão limitada da linguagem ou até mesmo problemas na fluidez verbal.
- Declínio nas faculdades cognitivas: embora o declínio cognitivo na DFT seja menos acentuado do que em algumas outras formas de demência, como o Alzheimer, ele ainda pode ocorrer. Isso pode incluir dificuldades de raciocínio, resolução de problemas e planejamento.
- Alterações no controle motor: à medida que a demência progride, é possível que algumas pessoas enfrentem desafios motores, como tremores, espasmos musculares ou rigidez.
Ainda de acordo com o especialista, pessoas com DFT frequentemente exibem alterações marcantes em seu comportamento e personalidade. Tais transformações podem abranger desde a falta de inibição social, impulsividade e desinibição, até a manifestação de apatia, comportamentos obsessivos ou compulsivos e uma notável dificuldade na tomada de decisões.
Como é feito o diagnóstico da DFT?
O diagnóstico é um grande desafio. Como não existe um exame específico, é preciso analisar uma série de fatores. Dessa forma, costuma-se realizar um check-up completo envolvendo:
- Avaliação dos sintomas
- Avaliação das habilidades mentais
- Exames de sangue
- Exames cerebrais
Como é o tratamento da Demência Frontotemporal?
Como as outras demências, a DFT não possui cura. No entanto, existem maneiras de controlar os sintomas. Uma equipe multidisciplinar com médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, pode ajudar no tratamento. Assim, costumam ser utilizados no tratamento:
- Medicamentos específicos para o caso
- Terapia ocupacional
- Estimulação cognitiva
- Cuidados com a saúde mental
- Nutrição adequada
É possível prevenir a Demência?
Como falamos, ainda não existe uma cura para as Demências. Da mesma forma, não podemos falar em maneiras 100% eficazes de prevenir esta condição.
Por outro lado, algumas pesquisas indicam que alguns hábitos podem auxiliar na prevenção das Demências, tais como:
- Prática regular de atividades físicas
- Manutenção de uma alimentação saudável
- Realização de atividades que estimulam o cérebro, como leitura, aprendizado de idiomas e prática de instrumentos musicais
- Controle do estresse
- Cultivo de relações saudáveis com as pessoas
Por fim, compreender a Demência Frontotemporal é um passo importante na jornada de cuidado e apoio aos afetados por essa condição. Ao conhecer os sintomas e possíveis abordagens de tratamento, estamos mais preparados para enfrentar os desafios que ela apresenta.
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** Com informações do Hospital Albert Einstein e Portal Drauzio Varella.