Frequentemente associado à infância, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade pode persistir na vida adulta, impactando consideravelmente a rotina e a qualidade de vida das pessoas que apresentam o transtorno. Por isso, reconhecer os sinais do TDAH em adultos é importante para buscar o suporte necessário.
Segundo estatísticas divulgadas pela Associação Brasileira do Déficit de Atenção – ABDA, cerca de 4% dos adultos têm TDAH com quadro completo de sintomas. Como os adultos têm mais autonomia do que as crianças, podendo escolher suas atividades de preferência, é comum que relatem dificuldade de foco apenas em situações ou ambientes específicos.
Ou seja, como veremos a seguir, o TDAH em adultos apresenta sintomas próprios. Neste texto, além de relacionarmos os sinais do Transtorno de Déficit de Atenção e opções de tratamento, também trouxemos dicas para lidar melhor com a condição. Acompanhe conosco!
O que é o TDAH?
TDAH é a sigla para Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Trata-se de um transtorno neurobiológico, caracterizado por sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade.
Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o TDAH pode ser observado desde a infância e a adolescência, principalmente em idade escolar. Porém, o que muitas pessoas desconhecem é que o TDAH pode também persistir na vida adulta.
Quais são as causas do TDAH?
O TDAH tem causas genéticas. Portanto, não está relacionado a fatores culturais ou conflitos psicológicos, mas sim a pequenas alterações na região frontal do cérebro, responsável pela inibição do comportamento e do controle da atenção.
Quais as diferenças do TDAH em crianças e do TDAH em adultos?
Crianças e adolescentes com TDAH, em geral apresentam problemas comportamentais, como desafios com regras e limites. Assim, são frequentemente descritos como pessoas distraídas, sonhadoras e propensas a agitação, com meninos geralmente exibindo mais sinais de hiperatividade e impulsividade do que as meninas, embora todos possam ter dificuldades de atenção.
Já em adultos, os sintomas se manifestam com desatenção em tarefas cotidianas e no trabalho, além de lapsos de memória frequentes. São propensos à inquietude e impulsividade, mudando rapidamente de uma atividade para outra. Além disso, é comum que adultos com TDAH enfrentem outros desafios como o uso de drogas, álcool, ansiedade e depressão.
Quais são os sintomas do TDAH em adultos?
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, descuido nas atividades, falta de organização, dificuldade em manter a concentração e atenção, inquietude e hiperatividade são apenas alguns dos sintomas típicos do TDAH em adultos.
Alguns sintomas encontrados com maior frequência e intensidade em adultos com TDAH, comparados a uma pessoa que não possui o transtorno, incluem:
- Falta de foco e atenção;
- Dificuldade de seguir rotinas;
- Dificuldade de planejamento e execução das tarefas propostas;
- Procrastinação;
- Ansiedade diante das tarefas não estimulantes;
- Frequente alteração de humor;
- Frequentes esquecimentos, perdas e descuidos para datas e reuniões importantes;
- Dificuldades para expressar suas ideias, colocar em prática o que está pensando/em sua cabeça;
- Dificuldade para escutar e esperar a sua vez de falar;
- Frequente busca por novas coisas que o estimulem, incluindo intolerância a situações monótonas e repetitivas;
- Repetição frequente de erros e falta de atenção com coisas triviais.
Como é feito o diagnóstico do TDAH em adultos?
O diagnóstico do TDAH em adultos é clínico, ou seja, não acontece com base em exames de imagens ou laboratoriais.
Dessa forma, o profissional realiza o diagnóstico por meio de avaliações médicas, educacionais e psicológicas que avaliam: aptidões e funções executivas, memória, coordenação motora, comunicação verbal, atenção, raciocínio, velocidade de processamento, resolução de problemas, aspectos emocionais relacionados à ansiedade e depressão, entre outros.
Além disso, um conjunto de sintomas característicos do TDAH deve ser identificado no paciente por um período maior de seis meses.
O TDAH tem cura? Quais são os tratamentos disponíveis?
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade não é considerado uma doença, mas sim um transtorno relacionado ao funcionamento do cérebro. Por isso, não tem cura.
Por outro lado, o tratamento adequado pode proporcionar uma melhora significativa na qualidade de vida do paciente. Dessa forma, o tratamento pode envolver, de forma isolada ou combinada:
- Intervenções clínicas (através de terapias comportamentais ou acompanhamento com equipe multidisciplinar).
- Químicas (com medicamentos que ajudam a inibir sintomas como desatenção e impulsividade).
Como lidar melhor com o TDAH no dia a dia?
Além do acompanhamento profissional, pessoas que têm TDAH podem se beneficiar com algumas estratégias que facilitam a rotina. Confira algumas sugeridas pela Associação Brasileira de Déficit de Atenção:
- Pratique atividade física para aliviar o estresse, melhorar o humor e controlar a energia excessiva associada ao TDAH;
- Priorize o sono de qualidade e evite a cafeína antes de dormir;
- Organize seu espaço, definindo locais para itens importantes e eliminando o desnecessário;
- Use agendas e listas ajuda na organização de horários, compromissos e tarefas;
- Leia e-mails em momentos específicos do dia para evitar interrupções constantes;
- Utilize relógios e alarmes auxilia na percepção e gestão do tempo, assim como definir prioridades e criar rotinas diárias.
- Aprender a dizer não é importante para evitar sobrecarga e garantir que os compromissos assumidos possam ser cumpridos adequadamente.
Esperamos que as informações sejam úteis para você entender melhor o TDAH em adultos e suas nuances. Lidar com essa condição pode ser desafiador, ao mesmo tempo, contar com o suporte adequado e a implementação de técnicas específicas podem fazer uma diferença significativa na qualidade de vida das pessoas afetadas pelo transtorno.
Você ou alguém que conhece enfrenta desafios relacionados ao TDAH? Compartilhe suas experiências, dúvidas ou sugestões nos comentários abaixo. Juntos, podemos trocar informações e oferecer apoio mútuo para lidar melhor com essa condição no dia a dia!
* Confira também aqui no blog o post Como cuidar melhor da saúde mental? Campanha Janeiro Branco convida a refletir sobre o tema
** Com informações de Associação Brasileira de Déficit de Atenção, Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde e portal Drauzio Varella.