Setembro amarelo: saiba por que cuidar da saúde mental dos jovens é uma prioridade

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O Setembro Amarelo é uma campanha mundial que acontece todos os anos com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção ao suicídio. A iniciativa tem ajudado a quebrar tabus, incentivando as pessoas a buscarem ajuda e levantando temas importantes como a saúde mental dos jovens.

Esse recorte se torna ainda mais importante quando observamos o aumento das taxas de crianças e jovens que tiram a própria vida, destacando a urgência de olharmos com mais atenção para a saúde mental desse público.

Neste texto, vamos discutir esses dados preocupantes e oferecer dicas simples para ajudar a proteger a saúde mental dos jovens, mostrando por que isso deve ser uma prioridade para todos nós. Siga a leitura e compartilhe esse conteúdo para ajudar a aumentar a conscientização e promover mudanças positivas na vida de crianças e adolescentes.

Aumento das taxas de suicídio: um alerta para a saúde mental dos jovens

A taxa de suicídio entre jovens no Brasil aumentou 6% ao ano entre 2011 e 2022, enquanto as notificações de autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos cresceram 29% ao ano nesse mesmo período. 

Esses números são ainda mais preocupantes quando comparados à população em geral, onde o suicídio aumentou 3,7% ao ano e as autolesões, 21% ao ano.

Ou seja, tendo em vista que o crescimento dessas taxas entre os jovens é muito mais acentuado do que na população geral, é fundamental redobrarmos os esforços para promover a saúde mental, oferecendo apoio adequado e criando um ambiente de compreensão e assistência para aqueles que mais precisam.

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Sinais de alerta para o comportamento suicida entre crianças e jovens

O suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial que pode afetar indivíduos de diferentes origens, faixas etárias, condições socioeconômicas, orientações sexuais e identidades de gênero. Entretanto, esse evento pode ser prevenido, e saber reconhecer os seguintes sinais de alerta é o primeiro passo. 

  • Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança;
  • Expressão de ideias ou de intenções suicidas;
  • Diminuição ou ausência de autocuidado;
  • Mudanças na alimentação e/ou hábitos de sono;
  • Uso abusivo de drogas/álcool;
  • Alterações nos níveis de atividade ou de humor;
  • Crescente isolamento de amigos / família;
  • Diminuição do rendimento escolar;
  • Atitudes para disfarçar a autoagressão, como mudanças no vestuário para cobrir partes do corpo, ou relutância em participar de atividades físicas anteriormente apreciadas que envolvem o uso de roupas que deixam o corpo à mostra.

Por que a autoagressão é um alerta sobre a saúde mental dos jovens?

A autoagressão compreende qualquer ato intencional de causar dano a si mesmo, como cortar-se ou queimar-se, sem intenção de morrer. Muitas vezes, crianças e adolescentes usam esse comportamento para tentar controlar ou aliviar a dor emocional. 

Esse comportamento é um alerta crítico, pois geralmente indica sofrimento emocional profundo ou uma crise de saúde mental, sinalizando a necessidade urgente de ajuda e intervenção para prevenir consequências mais graves, como o suicídio.

Fatores de risco: o que observar no comportamento de crianças e adolescentes

Diversos fatores podem aumentar o risco de autoagressão ou tentativa de suicídio entre crianças e adolescentes, e é fundamental estar atento a esses sinais para oferecer a intervenção adequada. Portanto, preste atenção aos fatores de risco que seguem:

  • História de tentativas de suicídio ou autoagressão (por ex., automutilação);
  • Histórico de transtorno mental;
  • Bullying;
  • Situação atual ou anterior de violência intra ou extrafamiliar;
  • História de abuso sexual;
  • Suicídio na família;
  • Baixa autoestima;
  • Uso de álcool e outras drogas;
  • Populações que estão mais vulneráveis a pressões sociais e discriminação, tais como: LGBTQIAP+, indígenas, negros(as), pessoas em situação de rua, etc.

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Pergunte, ouça e procure ajuda: principais cuidados com a saúde mental dos jovens

Pergunte 

Esteja atento aos sinais sutis de que uma criança ou adolescente precisa de ajuda. Como um adulto de confiança, aprenda a estar atento a esses sinais e responda a esses convites sendo “intrometido”. Aqui estão algumas dicas simples para conversar sobre o comportamento suicida: 

  • Trate com seriedade o que é dito; 
  • Aja com respeito e empatia: transmita que você se importa e quer entender e ajudar; 
  • Adote uma abordagem sem julgamento: entenda que o comportamento da criança ou adolescente pode estar sendo a única forma encontrada para lidar com a situação; 
  • Certifique-se de que a criança ou adolescente compreenda os limites da confidencialidade, pois se estiver em risco de prejudicar a si mesmo/a ou aos outros, a confidencialidade não pode ser mantida. 

Ouça 

Fique totalmente disponível no momento em que uma criança ou adolescente procurar você ou responder a um convite para falar mais: 

  • Ouça com atenção de maneira calma e empática; 
  • Tenha seus olhos, ouvidos e linguagem corporal abertos ao que a criança ou adolescente tem a dizer, sem julgar ou ficar chocado;
  • Mostre à criança ou ao adolescente que você ouvirá primeiro o que ele tem a dizer;
  • Ofereça apoio se for necessário buscar ajuda de outros profissionais e/ou serviços.

Procure ajuda 

Em alguns casos, você, ou a instituição em que você trabalha, poderá responder às necessidades da criança ou adolescente. Isto inclui encorajar o jovem a conversar com amigos, pais e outros adultos de confiança sobre seus pensamentos e sentimentos. Em outras circunstâncias, será necessário buscar apoio adicional.

Para profissionais da educação, a orientação é informar os pais ou responsáveis. Caso haja razões claras para não fazê-lo, tal como violência familiar, entre em contato com os órgãos de proteção dos direitos da criança e do adolescente (Conselho Tutelar, Ministério Público e Segurança Pública).

Em resumo, esteja atento às crianças e adolescentes ao seu redor e compartilhe informações sobre como cuidar da saúde mental dos jovens. Pergunte, ouça e busque ajuda sempre que necessário. Juntos, podemos fazer a diferença e promover um ambiente mais seguro e acolhedor.

Quer ver mais temas como esse por aqui? Deixe sua sugestão nos comentários!


* Confira também aqui no blog o post Como está a sua saúde mental? Veja 7 cuidados simples para manter-se em equilíbrio.

** Com informações de Guia Intersetorial de Prevenção do Comportamento Suicida em Crianças e Adolescentes, elaborado pelo Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio do Estado do Rio Grande do Sul. 

 

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