A dificuldade na digestão da lactose é um problema bastante comum. No Brasil, pesquisas apontam que 35% dos brasileiros apresentam algum desconforto quando consomem leite ou seus derivados. O quadro afeta pessoas de todas as idades e requer ainda mais cuidados quando se trata da intolerância à lactose em crianças.
Afinal, é importante que os pais estejam atentos aos sintomas da intolerância à lactose em crianças, uma vez que essa condição pode afetar significativamente a nutrição e o bem-estar dos pequenos.
Dessa forma, selecionamos algumas informações que podem ajudar pais e cuidadores a entenderem como a intolerância ao leite e seus derivados se manifesta, e quais medidas tomar para proporcionar à criança uma melhor qualidade de vida. 🥛🙂
O que é a intolerância à lactose?
A intolerância à lactose é caracterizada pela incapacidade de digerir o carboidrato que dá o sabor adocicado ao leite, conhecido como lactose.
Esse problema decorre da falta ou deficiência de uma enzima intestinal chamada lactase, responsável por quebrar a lactose em carboidratos mais simples, que podem ser absorvidos pelo organismo.
A ausência ou insuficiência de lactase resulta na presença de lactose não digerida no intestino, o que por sua vez causa sintomas desconfortáveis como dor abdominal.
A alergia ao leite e intolerância à lactose são a mesma coisa?
Embora os sintomas possam ser semelhantes em alguns casos, temos duas enfermidades diferentes.
Na intolerância à lactose estamos falando sobre a relação com um carboidrato presente no leite, que não provoca reações alérgicas, mas que por não ser absorvido de forma adequada acaba causando desconfortos.
Já a alergia ao leite envolve uma reação imunológica à proteína presente no leite. Essa reação pode levar a uma série de fenômenos alérgicos, desde digestivos até manifestações em outros órgãos ou sistemas, a exemplo das urticárias.
Quais os sintomas da intolerância?
A quantidade de lactose necessária para desencadear os sintomas varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da porção de lactose ingerida, do grau de deficiência de lactase e do tipo de alimento com o qual a lactose foi ingerida. Dito isso, os sintomas mais comuns são:
- Náusea
- Dores abdominais
- Diarreia ácida e abundante
- Gases
- Desconforto
Em muitos casos pode ocorrer, por exemplo, somente dor e/ou distensão abdominal, sem diarreia. Os sintomas podem levar de alguns minutos até muitas horas para aparecer.
Quais são as causas da intolerância à lactose?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, existem três tipos de intolerância à lactose de causas diferentes:
1) Hipolactasia do “tipo adulto”
Ocorre na maioria da população mundial adulta, e apenas 2% apresentam sintomas graves. No Brasil estima-se que 40% das pessoas apresentam hipolactasia do “tipo adulto” que se inicia após os 3 anos de idade.
A intolerância à lactose em pessoas com hipolactasia do tipo adulto é uma doença de natureza genética e ocorre em pessoas com predisposição.
2) Intolerância congênita à lactose
Muito rara, impede o aleitamento materno exclusivo e manifesta-se logo após o nascimento. O recém-nascido, nesse caso, recebe uma fórmula para lactentes sem lactose. Trata-se de uma doença genética muito rara.
3) Intolerância secundária à lactose
Ocorre devido a algumas doenças que levam a alterações na mucosa intestinal. Tal condição pode se manifestar na doença celíaca, enterite infecciosa, desnutrição, entre outras.
O que acontece é uma deficiência temporária de lactase que, após períodos de tempo variáveis, retorna aos valores normais uma vez controlados os fatores desencadeantes.
Existe tratamento para a intolerância à lactose em crianças?
Não há tratamento para aumentar a capacidade de produzir lactase, mas os sintomas podem ser controlados por meio da redução da ingestão de lactose presente em laticínios. Este procedimento portanto costuma ser suficiente.
Quanto mais intolerante for a pessoa, menor deve ser a quantidade de lactose ingerida para que não ocorram sintomas. Dessa forma, saber se o alimento tem lactose e em qual teor é fundamental para o bem-estar da criança.
Além disso, também existem medicamentos com a enzima lactase para o uso quando for preciso ingerir lactose em situações especiais.
Porém, atenção: assim como a dieta restritiva deve ser avaliada por um médico, jamais medique a criança sem orientação de um especialista, combinado?
Quando devemos levar a criança ao médico para investir a intolerância?
Procure avaliação médica nos casos de sintomas acima citados e jamais ofereça medicamentos ou inicie uma dieta sem leite e derivados sem orientação.
Lembre-se que indivíduos com uma dieta pobre em leite e derivados e sem a substituição ou complementação adequada estão mais predispostos a desenvolverem uma mineralização óssea inadequada.
Intolerância à lactose em crianças e o consumo de chocolate
Por fim, quando o assunto é intolerância à lactose em crianças, evitar o consumo de chocolate talvez seja um dos maiores desafios para pais e cuidadores. Afinal, se para os adultos já é difícil cortar o doce, imagina para os pequenos, não é mesmo?
Entretanto, embora muitos chocolates contenham leite ou derivados que podem desencadear sintomas como dor abdominal e diarreia em crianças com intolerância à lactose, já existem produtos específicos para pessoas com essa condição.
Assim, não é preciso cortar totalmente o consumo de chocolate da dieta das crianças com intolerância à lactose. Basta portanto fazer a opção por chocolates sem lactose ou com baixo teor da substância, caso a intolerância se manifeste em menor grau.
Nas Farmácias Associadas, por exemplo, você encontra diversas opções de chocolates zero lactose, zero açúcares e zero glúten. Encontre a Farmácia Associada mais próxima e deixe os pequenos aproveitarem todo o sabor do chocolate sem comprometer a saúde e bem-estar.
O que você achou das informações que compartilhamos sobre intolerância à lactose em crianças? Tem alguma dica para compartilhar conosco? Deixe sua opinião nos comentários!
* Confira também aqui no blog o post 7 dicas para incentivar as crianças a provarem novos alimentos.
** Com informações do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria.