Muito em evidência entre as décadas de 1980 e 1990, quando artistas e personalidades brasileiras faleceram em decorrência dela, a AIDS atualmente é pouco abordada nas conversas do dia a dia. Esse cenário leva muitas pessoas a crer que o vírus do HIV está erradicado, entretanto não é essa a realidade no Brasil.
De acordo com dados das Nações Unidas, na América Latina, em 2017, sete países concentraram quase 90% das novas infecções. Destas, 49% aconteceram no Brasil. Além disso, enquanto os novos casos de infecção caíram mais de 20% em vários países, no Brasil ocorreu um ligeiro aumento de 3%.
O desconhecimento acerca do HIV e os mitos que o cercam são fatores que contribuem para o aumento da epidemia. Daí a importância de datas como o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, definido internacionalmente no dia 1º de dezembro. Esse é o momento de compartilharmos o máximo de informação! Confira abaixo se você sabe o que é verdade e o que é mito sobre a AIDS e junte-se à corrente de conscientização e prevenção!
VERDADES E MITOS SOBRE A AIDS
1) AIDS e HIV são sinônimos?
MITO – O HIV é a sigla em inglês para o vírus da imunodeficiência humana, que ataca o sistema imunológico e destrói as defesas do organismo. Por sua vez, a AIDS, que é a sigla em inglês para síndrome da imunodeficiência adquirida, é o estágio mais avançado de manifestação do HIV, quando o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças. Ou seja, o portador do HIV não tem AIDS enquanto o ataque às defesas do corpo não for significativo.
2) Quem tem HIV pode não ter AIDS?
VERDADE – Se o portador do vírus do HIV – chamado de soropositivo – iniciar o tratamento a tempo, pode ser que nunca venha a desenvolver a AIDS. Por outro lado, em quem não busca tratamento os sintomas da AIDS costumam se manifestar entre o período de oito a dez anos após a contaminação pelo HIV.
3) O HIV é um problema só dos grupos de risco?
MITO – Anteriormente se falava em três grandes grupos de risco como os mais expostos ao contágio pelo HIV: os homossexuais, os usuários de droga injetável e os hemofílicos. Hoje em dia essa classificação não faz mais sentido. Sabe-se que na verdade o que existe são comportamentos de risco, incluída aí a prática de manter relação sexual sem camisinha.
4) A relação sexual sem camisinha é umas das principais formas de transmissão do HIV?
VERDADE – E aqui estamos falando de sexo vaginal, anal ou oral sem camisinha. Por isso é fundamental usar o preservativo em toda e qualquer relação sexual. Desde que não se rompa, a camisinha é 100% eficaz na proteção contra o vírus.
A transmissão também pode ocorrer através do uso de seringa por mais de uma pessoa, transfusão de sangue contaminado, de mãe infectada para filho durante a gestação ou amamentação do mesmo e através do compartilhamento de instrumentos cortantes ou perfurantes da pele que não sejam esterilizados.
O HIV não é transmitido através de abraço, beijo, aperto de mão, sexo com camisinha, talheres compartilhados, banheiros públicos, piscinas, assento de ônibus e picadas de insetos.
5) O HIV pode ser transmitido na relação sexual entre mulheres?
VERDADE – As doenças sexualmente transmissíveis mais comuns podem ser transmitidas através das relações sexuais entre duas mulheres, como o HPV e a sífilis. O HIV também pode ser transmitido, uma vez que a secreção vaginal ou o sangue menstrual podem ser formas de contágio, mas é muito raro de acontecer.
6) O teste que detecta o HIV é muito caro?
MITO – O SUS – Sistema Único de Saúde oferece gratuitamente testes para diagnóstico do HIV, basta procurar uma unidade básica de saúde da rede pública ou os CTA – Centros de Testagem e Aconselhamento.
Vale lembrar que os testes possuem um período denominado “janela diagnóstica”, que corresponde ao tempo entre o contato com o vírus e a detecção do mesmo. Isso quer dizer que, mesmo se a pessoa estiver infectada, o resultado do teste pode dar negativo se ela estiver no período de janela. Dessa forma, nos casos de resultados negativos, e sempre que persistir a suspeita de infecção, o teste deve ser repetido após, pelo menos, 30 dias.
7) O Rio Grande do Sul tem um dos maiores índices de casos de HIV?
VERDADE – Tanto o Rio Grande do Sul como a capital Porto Alegre costumam aparecer liderando os rankings de novos casos e mortalidade em decorrência da AIDS. Em 2016, de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o Estado apresentava a segunda maior taxa de detecção de AIDS no país, com 38,3 casos para cada 100 mil habitantes, quase o dobro da média nacional.
8) Soropositivos podem manter relação sexual entre si sem camisinha?
MITO – Os casais soropositivos podem e devem manter uma vida sexual ativa e saudável. Contudo, o uso do preservativo deve ser encarado como parte do tratamento. Afinal, quanto mais vírus no corpo, pior. Mesmo que o indivíduo soropositivo faça o uso de medicamentos que controlam o HIV, o contato com novos vírus pode prejudicar o tratamento.
9) Filhos de pais portadores do HIV já nascem soropositivos?
MITO – Casais soropositivos podem sim ter filhos que não sejam portadores do vírus. Em caso de apenas o pai ser soropositivo, pode ser feito o procedimento de lavagem seminal. Caso apenas a mãe tenha o HIV, pode-se optar pela inseminação para evitar a transmissão. E se ambos forem soropositivos e a carga viral for baixa, o bebê também pode nascer sem o vírus. O importante é consultar um especialista e analisar a melhor solução em cada caso.
10) Mães com HIV não podem amamentar?
VERDADE – A mãe que vive com HIV não deve amamentar, pois o vírus pode ser transmitido para a criança durante a amamentação. Neste caso o bebê poderá receber a Fórmula, também conhecida como Leite Especial, que é disponibilizada gratuitamente pelo SUS. E claro, a mãe pode oferecer o alimento em uma situação aconchegante, com a mesma atenção e carinho que o aleitamento materno proporciona. ❤
* Com informações de Ministério da Saúde.