Marcado por uma intensa campanha mundial, o mês de setembro lança luz sobre um tema delicado e fundamental: a prevenção ao suicídio. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), esta continua sendo uma das principais causas de morte em todo mundo. É por isso que o Setembro Amarelo, movimento que visa alertar a população a respeito desta realidade, surge como uma iniciativa necessária e urgente.
Em 2023, o lema da campanha do Setembro Amarelo é “Se precisar, peça ajuda!” e diversas ações já estão sendo desenvolvidas. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção, mas a iniciativa acontece durante todo o ano.
Vale lembrar que todos nós devemos atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem e ajudar na prevenção destas ocorrências. Portanto, convidamos você a se informar conosco sobre o assunto e descobrir o que fazer para ajudar alguém que se encontra nessa situação.
Sinais de alerta: como identificar o comportamento?
Não existe um “manual” infalível para identificar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise ou apresenta tendências suicidas. Entretanto, um indivíduo em sofrimento pode dar certos sinais, os quais merecem atenção de seus familiares e amigos próximos, sobretudo se esses sinais se manifestam de forma simultânea.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde relaciona alguns comportamentos que acendem o alerta de que algo não vai bem. Confira quais são eles:
1) Manifestações verbais
O aparecimento ou agravamento de problemas de conduta, ou de manifestações verbais, durante pelo menos duas semanas é motivo de atenção.
Essas manifestações não devem ser interpretadas como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real.
2) Preocupação com a própria morte ou falta de esperança
As pessoas sob risco costumam falar sobre morte mais do que o comum, confessam se sentir sem esperanças, culpadas, com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro.
Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbal ou por meio de desenhos.
3) Expressão de ideias de sumiço
Algumas falas e comentários podem parecer bastante óbvios e, justamente por isso, acabam sendo ignorados por familiares e amigos. Entretanto, é preciso atenção para manifestações como: “vou desaparecer”, “vou deixar vocês em paz”, “queria poder dormir e nunca mais acordar”, “é inútil tentar fazer algo para mudar”.
4) Isolamento
Outro sinal de alerta é quando a pessoa se isola, não atende telefonemas e interage menos nas redes sociais. Também merece atenção o comportamento do indivíduo de ficar muito tempo em casa ou fechado em seu quarto, reduzindo ou cancelando todas as atividades sociais, principalmente aquelas que gostava de fazer.
5) Outros fatores
Exposição ao agrotóxico, perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, conflitos familiares, perda de um ente querido, doenças crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes, entre outros podem ser fatores que vulnerabilizam.
Sendo assim, devem ser levados em consideração se o indivíduo apresenta concomitantemente outros sinais de alerta de que algo não vai bem.
Como ajudar alguém que parece não estar bem?
- Escolha um momento apropriado e um ambiente tranquilo para abordar o assunto com essa pessoa. Deixe claro que você está disponível para ouvir. Demonstre uma escuta atenta e ofereça seu apoio.
- Encoraje a pessoa a buscar auxílio junto a profissionais de saúde e serviços especializados em saúde mental. Ofereça-se para acompanhá-la durante esse processo, mostrando que está disposto a apoiá-la.
- Se houver indícios de que a pessoa está enfrentando um perigo iminente, é fundamental que você não a deixe sozinha. Busque assistência de profissionais de saúde e emergência, e entre em contato com alguém de confiança indicado por ela.
- Se a pessoa com quem você está preocupado vive com você, assegure-se de que ela não tem acesso a meios para se autolesionar (como pesticidas, armas de fogo ou medicamentos).
- Mantenha uma comunicação constante para acompanhar o estado e as atividades da pessoa, demonstrando um interesse genuíno em seu bem-estar.
Prevenção: como e onde buscar apoio?
Alguns pensamentos podem ser insuportáveis e pode ser muito difícil superar esses sentimentos. Mas saiba que existe ajuda disponível. Não hesite em buscá-la e, se necessário, tenha alguém ao seu lado para encorajá-lo.
Quando você recorre aos serviços de apoio, você tem o direito de:
- Ser respeitado e levado a sério;
- Ter o seu sofrimento levado em consideração;
- Falar em privacidade com as pessoas sobre você mesmo e sua situação;
- Ser escutado;
- Ser encorajado a se recuperar.
Onde buscar ajuda:
- CAPS – Centros de Atenção Psicossocial e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde);
- UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro e Hospitais;
- Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita). Também é possível acessar cvv.org.br para atendimento via chat, skype ou e-mail.
O Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e voip 24 horas todos os dias.
Setembro Amarelo: participe você também desta campanha!
O site setembroamarelo.com disponibiliza gratuitamente diversos materiais e cartilhas com informações úteis. Não tenha receio de participar da Campanha Setembro Amarelo: o suicídio pode ser evitado.
Além disso, esse é um trabalho de todos nós: população, profissionais da área de saúde, educadores, administração pública e personalidades.
Participe conosco! Divulgue a campanha entre os seus amigos e vamos juntos fortalecer esse movimento de valorização da vida!
* Com informações do Ministério da Saúde.
** Confira também aqui no blog o post Transtorno de ansiedade: quando a ansiedade é prejudicial?