O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez acontece em 10 de novembro e tem entre seus objetivos o reforço das medidas para identificar a surdez em crianças.
Vale lembrar que a deficiência auditiva é a doença congênita mais comum em recém-nascidos. Um a cada mil vai apresentar um problema importante de audição, apontam dados da Faculdade de Medicina da USP.
Ao mesmo tempo, quanto mais rápido for iniciado o tratamento, melhores são os avanços obtidos. Se a surdez for descoberta antes dos dois anos de idade, por exemplo, a dificuldade em aprender a falar será menor.
Assim, reunimos aqui informações que podem ajudar a identificar a surdez em crianças, além de dicas para auxiliar pais e cuidadores a agirem de forma eficaz. Confira o conteúdo que preparamos e compartilhe com amigos e familiares.
O que configura a surdez?
Surdez é o nome dado à impossibilidade ou dificuldade de ouvir.
A audição é constituída por um sistema de canais que conduz o som até o ouvido interno, onde essas ondas são transformadas em estímulos elétricos que são enviados ao cérebro, órgão responsável pelo reconhecimento e pela identificação daquilo que ouvimos.
Como identificar a surdez em crianças?
1) Teste da Orelhinha
A primeira avaliação da audição da criança começa logo no nascimento e depende das condições do parto e do desenvolvimento intra-uterino do bebê.
Se a criança nasce sem fatores de risco, ela faz o chamado Teste da Orelhinha, também conhecido como Triagem Auditiva Neonatal. O exame é realizado até 72 horas após o nascimento da criança e é atualmente protocolo obrigatório nos serviços de saúde.
2) Exame PEATE
Se a criança passou no Teste da Orelhinha, ou seja, se não foi detectada deficiência auditiva, não há necessidade de repetir a avaliação. Os pais e cuidadores devem apenas seguir atentos ao comportamento auditivo da criança, bem como se há desenvolvimento adequado da fala.
Se o bebê não passa no Teste da Orelhinha, repetem o exame. Caso falhe novamente, é realizado o exame de Potencial Evocado Auditivo do Tronco Cerebral (PEATE).
3) Análise do desenvolvimento do bebê
As perdas auditivas podem não nascer com o bebê. Por isso, é necessário estar atento aos sinais de como anda a audição da criança. De acordo com a Academia Brasileira de Otorrino Pediátrica, o desenvolvimento da audição e da linguagem deve evoluir da seguinte forma:
- Recém-nascido: acorda com sons fortes
- Até os 3 meses: acalma com sons moderadamente fortes e músicas.
- 3 a 4 meses: presta atenção nos sons e vocaliza.
- 6 a 8 meses: localiza a fonte sonora e balbucia sons.
- 12 meses: aumenta a frequência do balbucio e inicia a produção das primeiras palavras.
- 18 meses: fala, no mínimo, seis palavras.
- 2 anos: produz frases com duas palavras.
- 3 anos: produz sentenças.
É importante ter em mente que essa tabela é apenas uma referência para a possível identificação de perda auditiva e que o desenvolvimento de cada criança é algo único e particular.
4) Acompanhamento da rotina da criança em idade escolar
Em crianças maiores, a perda auditiva pode apresentar sinais como:
- A criança não segue comandos simples ou não entende instruções simples.
- Falhas de comunicação.
- Atraso em relação às habilidades de fala e comunicação.
- Dependência da leitura labial.
- Esforço demasiado para se concentrar para entender a fala.
- Ausência de contato visual com o interlocutor que está falando.
- Necessidade aumentar muito o volume de aparelhos como televisão e celular.
O que causa a perda auditiva?
A surdez de cóclea ou nervo auditivo é desencadeada por viroses, meningites, uso de certos medicamentos ou drogas, propensão genética, exposição ao ruído de alta intensidade, presbiacusia (provocada pela idade), traumas na cabeça, defeitos congênitos, alergias, problemas metabólicos, tumores. O tratamento, de acordo com cada caso, é feito com medicamentos, cirurgias ou uso de aparelho.
A surdez de condução é provocada pelo acúmulo de cera de ouvido, infecções (otite) ou imobilização de um ou mais ossos do ouvido. O tratamento é feito com medicamentos ou cirurgias.
Outros fatores que podem causar perda auditiva:
- Casos de surdez na família;
- Nascimento prematuro;
- Baixo peso ao nascer;
- Uso de antibióticos tóxicos ao ouvido e diuréticos no berçário;
- Infecções congênitas principalmente sífilis, toxoplasmose e rubéola.
Como prevenir a perda auditiva em crianças
- Nas gestantes, doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose podem provocar igualmente a surdez nas crianças. Por isso, faz-se necessário a orientação médica pré-natal. Mulheres devem tomar a vacina contra a rubéola antes da adolescência, para que durante a gravidez estejam protegidas contra a doença.
- Teste da Orelhinha: como vimos nos tópicos anteriores, o exame feito nos recém-nascidos permite verificar a presença de anormalidades auditivas.
- Cuidado com objetos pontiagudos, como canetas e grampos, pois se introduzidos nos ouvidos, podem causar sérias lesões; devem ser mantidos longe do alcance das crianças.
- Atraso no desenvolvimento da fala das crianças pode indicar problemas auditivos, sendo motivo para uma consulta com um médico especialista, evitando assim maiores problemas.
Como tratar a perda auditiva?
Tratar uma perda auditiva dependerá de sua causa e também do grau de surdez da criança. Assim, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos, aparelho auditivo, cirurgia de implante coclear para estimular o nervo auditivo e reabilitação fonoaudiológica.
Independente da causa e do grau de deficiência auditiva, é preciso ter em mente que crianças surdas podem ter uma vida normal e plena, desde que recebam o suporte adequado e as ferramentas necessárias para se comunicar e se desenvolver.
Além disso, a educação em ambientes inclusivos e a aprendizagem de linguagem de sinais, pode proporcionar às crianças surdas acesso a uma educação de qualidade e a oportunidades de participação ativa na sociedade.
Por fim, crianças surdas têm potenciais e habilidades variadas, assim como qualquer outra criança. Com o apoio de família, educadores e profissionais de saúde, elas podem alcançar seus objetivos e portanto desenvolver todo o seu potencial.
E então, o que você achou das informações que selecionamos? Quer ver mais temas como esse por aqui? Deixe sua sugestão nos comentários!
* Confira também aqui no blog o post 6 motivos para utilizar curativos ilustrados para cuidar de pequenos ferimentos das crianças.
** Com informações de Ministério da Saúde e Academia Brasileira de Otorrino Pediátrica.