Fadiga da quarentena: as causas do cansaço e dicas para seguir vigilante

Passados mais de cinco meses de quarentena no Brasil, o registro de novos casos da Covid-19 começa a ficar estável em alguns Estados, enquanto que em outros o ritmo de contágio é crescente. Ou seja, ainda falta algum tempo para chegarmos ao patamar de outros países que controlaram a pandemia e retomaram a rotina.

Apesar da situação ainda ser preocupante, o distanciamento social parece ser cada vez menos respeitado. A cada final de semana as ruas e áreas de lazer registram aumento de público e muitas pessoas estão mais relaxadas no que diz respeito às medidas de higiene e prevenção. Esse comportamento é chamado de fadiga da quarentena e, de acordo com especialistas, é preciso estar atento para saber como combatê-la e seguir alerta aos perigos de contaminação.

Assim, se você vem sentindo que anda menos rigorosa na higienização das mãos, no uso da máscara e até mesmo na saídas de casa, vale conhecer os fatores que estão por trás desse relaxamento nos cuidados e como fazer para retomar a vigilância na prevenção do coronavírus!

O que é a fadiga da quarentena?

Também chamada de fadiga do cuidado, essa situação é o que faz com que você relaxe nas medidas de prevenção ao coronavírus. E segundo especialistas, a culpa por esse comportamento está na forma com que o nosso cérebro funciona.

Como no início da pandemia a ameaça é totalmente nova, o instinto humano de autopreservação cria um medo que serve como motivador da adoção de precauções. Entretanto, com o passar dos meses, a ameaça se torna conhecida, o que leva o nosso cérebro a ignorar o risco, afinal teoricamente já sabemos como lidar com ele. Acontece que, apesar de conhecido, esse perigo ainda existe e continua exigindo medidas rigorosas de proteção.

COMO MANTER-SE ALERTA E COMBATER O CANSAÇO DA QUARENTENA

1) Não menospreze as ameaças

Como vimos acima, o cansaço com os cuidados pode ser resultado de uma sensibilidade reduzida a avisos repetidos. A percepção do controle como uma maneira de gerenciar ameaças pode deixá-la mais confiante sobre as coisas que antes assustavam, porque agora você acredita que está segura.

É importante que você tenha em mente que não é porque as coisas aparentemente estão tranquilas ao seu redor que elas agora são menos arriscadas.

2) Evite a sobrecarga de informação

Esse é um momento em que estamos tentando gerenciar informações novas. E o quadro só complica com regras que mudam o tempo todo e fases de reabertura diferentes nos níveis federal, estadual e municipal. Além disso, também não tivemos tempo de transformar práticas de segurança em hábitos. E como nosso cérebro gosta de consistência, todos esses fatores podem tornar exaustivas as diretrizes a serem seguidas.

Ou seja, o excesso de informação pode dificultar a leitura adequada do ambiente, no sentido de entender o que é uma ameaça real e se você está fazendo o suficiente para resolvê-la. Dessa forma, procure reduzir a sobrecarga de conteúdo lendo apenas informações relevantes e de fontes confiáveis para obter um ponto de vista equilibrado sobre as melhores atitudes a serem tomadas.

3) Procure reduzir seu estresse

Níveis elevados de ansiedade podem fazer você se sentir sem esperança ou esgotada. O estresse também facilita o esquecimento das coisas. Sem falar que decisões complexas exigem muita energia e podemos nos cansar ao termos que avaliar quais riscos valem a pena correr em relação às recompensas que recebemos.

Assim, procure reduzir o estresse praticando o autocuidado: quando puder, exercite-se, prepare uma refeição saudável para si ou medite. Trabalhe com os valores que ajudam você a relaxar e a se sentir bem consigo mesma. Se precisar de sugestões de atividades para aliviar o estresse,, confira aqui no blog o post Ansiedade e coronavírus: 7 dicas para ficar bem na quarentena.

4) Mude sua mentalidade

Normalmente não é possível reproduzir os instintos iniciais de sobrevivência que surgiram no início do surto de vírus, já que estamos bem além da primeira onda de conscientização. Portanto, tomar decisões mais inteligentes também envolve reorganizar a maneira como você percebe o risco e a recompensa. Afinal, como o medo não é mais a motivação, o seu cérebro precisa de outra fonte de incentivo.

Pergunte a si mesmo: “Que recompensa recebo pelas escolhas que faço em relação ao que estou desistindo?”. Talvez a recompensa seja sua saúde, a saúde de sua família e de outras pessoas ou até mesmo a sensação de permanecer em segurança durante a pandemia.

Outra dica que pode ajudar é transformar práticas de segurança em hábitos, definindo pistas visuais – por exemplo, colocar a máscara em uma mesa ao lado da porta para se lembrar de colocá-la antes de sair.

Agora que você já conferiu as sugestões para seguir firme nos cuidados contra o coronavírus, conta pra gente como anda a sua rotina de prevenção. Tem alguma dica para ajudar a manter a vigilância e ao mesmo tempo passar por tudo isso de uma forma mais leve? Compartilhe conosco nos comentários!


* Com informações de Cansaço da quarentena: por que paramos de ser vigilantes e como superar isso, publicado no site da CNN Internacional.

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