Você já se achou não merecedora de alguma conquista? Ou eventualmente se sentiu uma espécie de fraude? Ou ainda, que o seu sucesso era apenas decorrente de sorte? Se a resposta for sim, saiba que esse sentimento é mais comum do que você imagina e tem até um nome próprio: Síndrome da Impostora.
De acordo com o Instituto de Psicologia da USP, a Síndrome da Impostora é uma desordem psicológica que, apesar de não ser classificada como doença mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é bastante estudada e afeta principalmente as mulheres.
Dessa forma, por ser um problema tão corriqueiro entre a população feminina, nós da Farmácias Associadas preparamos uma campanha especial para o mês da mulher, com foco na conscientização sobre a Síndrome da Impostora.
Conheça as causas, sintomas e impactos desse fenômeno e use a informação para superar as dificuldades e se tornar a sua maior fã! 💪♀️🥰
Qual é a definição de Síndrome da Impostora?
A Síndrome da Impostora é uma condição psicológica caracterizada por pensamentos que reforçam a perda de confiança em si e a sensação de que o sucesso atingido não foi merecido. Além do mais, embora possa ocorrer em pessoas de qualquer gênero, sua maior incidência é entre pessoas do sexo feminino.
O termo Síndrome da Impostora foi criado em 1978 pelas psicólogas norte-americanas Pauline Clance e Suzanne Imes, da Universidade Estadual da Geórgia.
Ao realizar estudos com mulheres bem-sucedidas, a dupla de especialistas percebeu que muitas dessas mulheres não acreditavam em seu próprio sucesso e se sentiam como fraudes, apesar de suas realizações profissionais.
Desde então, a Síndrome da Impostora tem sido estudada em diversos contextos, incluindo áreas como psicologia, negócios e educação.
Quais os principais sintomas da Síndrome da Impostora?
Os sintomas da Síndrome da Impostora podem variar de pessoa para pessoa, bem como ocorrer em níveis diferentes de intensidade e duração. Além disso, alguns indivíduos podem apresentar apenas alguns deles.
Dito isso, podemos citar como principais sintomas:
- Aceitar com dificuldade os elogios e reconhecimentos por suas realizações;
- Afirmar que suas conquistas são resultado de sorte ou mero acaso;
- Sentir-se constantemente inadequada, incluindo situações em que é bem-sucedida ou reconhecida por suas realizações;
- Temer ser descoberta como uma fraude, ainda que tenha competências e habilidades comprovadas para desempenhar determinada função;
- Comparar-se constantemente com outras pessoas e, nesse processo, sentir-se inferior;
- Ser muito autocrítica e perfeccionista;
- Sentir ansiedade, estresse ou depressão em razão do medo de ser descoberta como uma impostora.
E quais as suas causas?
Segundo a Sociedade Brasileira de Desenvolvimento Comportamental, a Síndrome da Impostora está muito relacionada à estrutura patriarcal da sociedade, onde as mulheres precisam se esforçar muito mais para alcançar o sucesso. Não é à toa que, como falamos, o fenômeno atinge principalmente mulheres.
No mesmo sentido, a pesquisadora Maria da Conceição Uvaldo, do Instituto de Psicologia da USP, afirma que a condição está muito relacionada aos preconceitos, incluindo o de gênero.
A especialista lembra que, para a cultura patriarcal, tudo que remete a mulher é inferior e não tem importância, especialmente se comparada ao que um homem pode desempenhar, por isso, suas habilidades e competências acabam sendo frequentemente questionadas.
Como a Síndrome impacta a vida profissional e social?
Assim como a Síndrome da Impostora impacta cada pessoa de maneira diferente, também pode afetar diferentes aspectos da vida de cada indivíduo. Confira a seguir quais são os principais efeitos nos âmbitos profissional e social.
1. Impactos da Síndrome da Impostora no aspecto social
- Dificuldade em estabelecer e manter relacionamentos saudáveis;
- Isolamento social;
- Recusa em realizar atividades de lazer ou hobbies que exijam habilidades específicas;
- Dificuldades em aceitar elogios;
- Estresse e ansiedade frequentes.
2. Impactos da Síndrome da Impostora no aspecto profissional
- Procrastinação ou mesmo fuga de tarefas desafiadoras;
- Receio de buscar oportunidades de carreira;
- Dificuldade de aceitar feedbacks (ainda que positivos);
- Necessidade frequente de validação externa.
Como lidar com a Síndrome da Impostora?
A Síndrome da Impostora não é uma condição clínica ou médica, mas sim uma condição psicológica que pode afetar a autoconfiança e autoestima de uma pessoa.
Portanto, não há uma cura específica, mas existem abordagens que podem ajudar a lidar com essa situação, tais como:
- Identificar pensamentos que distorcem a realidade e levam à crença de que você não é capaz;
- Compartilhar experiências com pessoas que passam pela mesma situação ou enfrentam dificuldades semelhantes;
- Buscar críticas construtivas com pessoas de confiança;
- Aprender a lidar com o perfeccionismo e entender que muitas vezes o feito é melhor que perfeito;
- Procurar desenvolver o autoconhecimento através de abordagens psicológicas e comportamentais.
Vale salientar que empresas e empregadores também podem (e devem) desenvolver um papel importante no combate à Síndrome da Impostora. Nesse sentido, podem atuar fornecendo suporte e recursos para seus colaboradores – como treinamentos, feedbacks positivos e comunicação aberta – além de incentivar a cultura de apoio e reconhecimento.
Por fim, lembre-se que tudo o que você tem e o que você é são por merecimento. Portanto, quando olhar para si mesma, reconheça essa grande mulher que você se tornou! E se quiser compartilhar a sua percepção sobre o tema, já sabe: fique à vontade para dividir a sua experiência conosco nos comentários! ❤️
* Confira também aqui no blog o post Carga mental feminina: saiba porque você pode estar se sentindo exausta.
** Com informações de Instituto de Psicologia da USP.