Quando falamos sobre autismo, muitas pessoas sabem que se trata de um transtorno neurológico, caracterizado pela dificuldade de comunicação e interação social. Mas, como podemos identificar os sinais desse transtorno? Como o autismo impacta as vidas daqueles que vivem com ele? Essas são questões importantes que o Abril Azul, mês de conscientização do autismo, busca responder.
O autismo pode ser reconhecido nos primeiros anos de vida, mas o diagnóstico formal geralmente ocorre por volta dos primeiros meses de idade. De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde, uma em cada 160 crianças em todo o mundo é afetada pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Diante da importância de identificar o transtorno e apoiar aqueles que vivem com essa condição, convidamos você a se juntar a nós nesta jornada de conscientização do Abril Azul. Confira abaixo as informações que selecionamos! 🙂
O que é o autismo?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neuro desenvolvimento infantil no qual a linguagem é o elemento central para pensarmos as relações entre dificuldades na interação social, as alterações de comportamento e prejuízo do brincar imaginário e simbólico, comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos, podendo apresentar também Transtorno de Processamento Sensorial (TPS).
Por que o autismo é chamado de “espectro”?
Em 2013, o termo “espectro” foi adicionado ao nome do transtorno autista para refletir a ampla gama de sintomas e níveis de gravidade que as pessoas apresentam.
Isso significa que cada pessoa com autismo possui seu próprio conjunto de sintomas e de manifestações, tornando-o único dentro do espectro.
Assim, a condição passou a ser conhecida também pela sigla TEA – Transtorno do Espectro Autista.
Quais os tipos de autismo?
Existem quatro tipos principais de autismo, cada um com suas próprias características distintas:
- Síndrome de Asperger: Os indivíduos têm habilidades verbais satisfatórias, mas lutam com simbologias, interpretação de sinais não verbais e seguem rotinas rígidas.
- Transtorno Invasivo do Desenvolvimento: uma categoria mais grave do que o Asperger, com sintomas diversos, incluindo dificuldade de interação social, comprometimento da linguagem verbal e movimentos repetitivos em situações tensas.
- Transtorno Autista: diagnosticado na infância, apresenta sintomas graves, incluindo atraso na fala, dificuldade em realizar pedidos verbalmente e falta de contato visual durante a fala.
- Transtorno Desintegrativo da Infância: a forma mais rara e delicada do autismo, caracterizada por uma regressão nas habilidades intelectuais, linguísticas, motoras e sociais entre os 2 e 4 anos de idade.
Quais são os principais sinais do autismo?
Como vimos, o Transtorno do Espectro Autista é vasto e abrange uma variedade de manifestações.
Por isso, a campanha Abril Azul busca disseminar informação sobre os principais sintomas que podem ser identificados desde a infância e persistir ao longo da vida adulta, integrando-se ao cotidiano do indivíduo. Veja quais são os principais:
- Atraso significativo no desenvolvimento da fala;
- Falta de resposta ao ser chamado e desinteresse por pessoas e objetos próximos;
- Dificuldade em participar de atividades em grupo, preferindo atividades solitárias;
- Incapacidade de interpretar gestos e expressões faciais;
- Dificuldade em formar frases, ou repetição frequente de palavras ou frases;
- Falta de filtro social, expressando sinceridade excessiva;
- Desconforto em ambientes e situações sociais;
- Seletividade alimentar em relação a cheiros, sabores e texturas;
- Comportamentos repetitivos e incomuns, como balançar o corpo, bater as mãos, entre outros;
- Interesses obsessivos em tópicos específicos, muitas vezes considerados peculiares;
- Problemas gastrointestinais associados à ansiedade.

(Principais sinais do autismo em bebês | Via cartilha sobre autismo da Sociedade Brasileira de Pediatria)
Como é o diagnóstico do TEA?
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é principalmente clínico, envolvendo a observação direta do comportamento do paciente e entrevistas com pais ou responsáveis. Familiares, professores ou terapeutas geralmente identificam os primeiros sinais quando a criança tem cerca de 2 anos de idade.
Em alguns casos, o diagnóstico acontece na adolescência, quando as dificuldades de interação social se tornam mais evidentes na escola. Em situações mais leves, o diagnóstico pode ocorrer na idade adulta, quando a própria pessoa portanto reconhece sintomas e busca ajuda profissional.
Qual é o tratamento para o autismo?
O Transtorno do Espectro Autista não possui cura até o momento, e o tratamento requer uma abordagem individualizada que envolve a participação ativa dos pais, familiares e uma equipe multidisciplinar composta por médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos.
O objetivo é ajudar o indivíduo a adquirir habilidades para realizar tarefas diárias de forma independente, desenvolver competências de comunicação social e alcançar igualmente maior estabilidade emocional.
Como os familiares podem lidar melhor com o diagnóstico de autismo?
É importante entender que o diagnóstico de autismo pode ser um desafio para as famílias. Por isso, é essencial que todos os envolvidos compreendam as características do espectro e aprendam estratégias para promover a independência e a comunicação da criança, fortalecendo os laços com ela.
Além disso, recomenda-se que os familiares busquem apoio emocional para lidar com as demandas do dia a dia. A AMA – Associação dos Amigos dos Autistas é uma instituição sem fins lucrativos que oferece suporte valioso nesse aspecto.
Em resumo, o movimento Abril Azul mostra que ao compreendermos os sinais do autismo, reconhecer a diversidade do espectro e entender os desafios enfrentados pelas famílias, podemos construir uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todos.
Você tem alguma história sobre o tema e gostaria de compartilhar? Conta pra gente nos comentários!
* Confira também aqui no blog o post Ócio na infância: entenda por que é importante que as crianças tenham algum tempo livre.
** Com informações do Ministério da Saúde e Hospital Albert Einstein.