A automedicação, infelizmente, é um hábito entre os brasileiros. De acordo com o CFF – Conselho Federal de Farmácia, tomar medicamentos por conta própria é uma prática adotada por 77% dos brasileiros. É por isso que o 5 de maio, Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, é tão importante enquanto ferramenta de alerta sobre os riscos da automedicação para a saúde.
A medicação é essencial para o tratamento de doenças quando utilizada de maneira correta e de acordo com critérios médicos. Já a automedicação, ou seja, o uso de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, sem a avaliação prévia de um profissional capacitado, pode trazer inúmeros problemas, como a intoxicação ou o ocultamento de doenças graves.
De olho nesse comportamento de risco, nós aqui da Farmácias Associadas também aderimos à campanha do uso racional de medicamentos e trouxemos algumas informações para você ficar alerta! Confira conosco e compartilhe com amigos e familiares. 😉
O QUE CARACTERIZA O USO IRRACIONAL DE MEDICAMENTOS?
A OMS estima que mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada, e, ainda, que metade de todos os pacientes não os utiliza corretamente. Alguns exemplos de uso irracional de medicamentos incluem:
- Uso de muitos medicamentos simultaneamente pelo paciente, também conhecido como polifarmácia;
- Uso incorreto de antibióticos, muitas vezes em dosagem inadequada ou para tratar infecções não bacterianas;
- Excesso de uso de injeções, quando formulações orais seriam mais apropriadas;
- Falta de prescrição de acordo com as diretrizes clínicas baseadas em evidências científicas;
- Não adesão aos regimes de dosagem prescritos;
- Automedicação inapropriada.
5 PASSOS PARA EVITAR OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO
1) DURANTE A CONSULTA COM O PROFISSIONAL DE SAÚDE
– Informe sobre os medicamentos que você usa, tendo eles sido receitados ou não;
– Informe os efeitos colaterais que você já teve por causa de um medicamento;
– Diga se você é alérgico a algum medicamento;
– Fale sobre doenças comuns entre membros de sua família;
– Informe se você está ou pretende ficar grávida;
– Diga se fuma e/ou toma bebida alcoólica, e se pratica alguma atividade física.
2) APÓS A PRESCRIÇÃO
Depois de realizada a prescrição, aproveite a consulta com o profissional de saúde para esclarecer dúvidas sobre os medicamentos receitados, tais como:
– Qual a dose (quantidade) a ser utilizada;
– Quantas vezes ao dia deverá usar cada dose;
– Por quanto tempo deve usar o medicamento;
– Quais os horários para utilizá-los;
– Como tomar? Com alimentos ou não, antes ou depois de refeições etc.
Ah, e não deixe de informar se você tem alguma dificuldade para leitura. E também: pergunte sobre o que pode acontecer se você misturar com outros medicamentos ou até mesmo com alimentos, bebidas alcoólicas, cigarro e similares, ou se tomar banho de sol.
3) AO ADQUIRIR O MEDICAMENTO
- Os medicamentos receitados devem ser obtidos somente em Unidades de Saúde, farmácias e drogarias, e nunca em camelôs, feiras, supermercados ou lojas de conveniência;
- Ao receber o medicamento, confira se é de fato o que foi receitado. Observe, na embalagem, a validade do medicamento e nunca adquira nada com prazo vencido, pois o produto pode não fazer efeito ou ainda prejudicar a sua saúde;
- Todos os medicamentos com tarja – vermelha ou preta – exigem apresentação de receita. Alguns desses medicamentos têm a retenção obrigatória da receita nas farmácias e nas drogarias, porque podem causar dependência física e/ou psíquica ou são antibióticos;
- Os medicamentos sem tarja vermelha ou preta na embalagem são de venda livre ou isentos de prescrição. Mesmo assim, eles oferecem riscos e o seu uso deve ser orientado por um profissional capacitado.
4) AO ARMAZENAR O MEDICAMENTO
– Armazene os medicamentos em local protegido da luz, da umidade e do calor. Os termolábeis devem ficar na geladeira, em caixa plástica fechada, na parte interna – nunca na porta – para evitar variações de temperatura;
– Não deixe os medicamentos no banheiro, na cozinha ou no carro. Procure portanto guardá-los em locais protegidos de insetos e roedores, e longe de alimentos, de produtos químicos e de produtos para limpeza;
– Mantenha os medicamentos em sua própria caixa e com a sua bula. Não amasse ou corte as cartelas para não perder suas informações ou mesmo dificultar sua identificação;
– Não reutilize frascos ou recipientes vazios de medicamentos para outros fins e nem use outros recipientes para guardar medicamentos;
– Mantenha sempre os medicamentos fora do alcance de crianças e de animais.
5) AO INICIAR O TRATAMENTO
– Qualquer que seja a doença, de longa duração ou passageira, o tratamento deve ser bem entendido pelo paciente, seu familiar ou cuidador, e seguido com rigor até o final, de acordo com a receita e as orientações recebidas;
– Leia com atenção as recomendações da receita e da bula. Assim, antes de começar a usar o medicamento, saiba para que ele serve. Verifique se o medicamento é de uso interno ou de uso externo;
– Use os medicamentos nas doses, horários e pelo tempo recomendados. Nunca altere as doses receitadas;
– O alívio da dor ou o desaparecimento dos sintomas ou sinais não significa a cura da doença. Além disso, a interrupção do tratamento antes do prazo informado na receita pode resultar em agravamento da doença;
– Não abra cápsulas, não quebre ou tente dividir comprimidos. Use sempre seus medicamentos conforme a receita, as informações da bula e as orientações do profissional de saúde;
– Use o medicamento somente durante o tempo recomendado, não interrompendo e nem prolongando o seu uso sem a devida orientação.
Vale relembrar que o uso indiscriminado de medicamentos, sem orientação profissional, pode causar riscos à saúde das pessoas. Por isso, é importante que você siga as recomendações que compartilhamos aqui e consulte um profissional antes de fazer uso de qualquer remédio, combinado?
* Confira também aqui no blog o post Como aumentar a imunidade na troca de estação? Confira as dicas!
** Com informações de Cartilha para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos, do Ministério da Saúde.