Crianças costumam ser bastante ativas, é verdade. Mas você sabia que os momentos de pausa, onde não há nenhuma brincadeira ou atividade programada, também são super importantes para o desenvolvimento infantil? É por isso que hoje vamos falar sobre o ócio na infância e como desacelerar é parte essencial na rotina das crianças.
É importante ressaltar que o ócio na infância não significa negligenciar as responsabilidades ou a educação das crianças. Pelo contrário, é sobre encontrar um equilíbrio saudável entre atividades programadas e tempo livre, reconhecendo que ambos são importantes.
Confira neste conteúdo como o tempo livre pode trazer benefícios para as crianças e como proporcionar oportunidades para que este momento aconteça!
Por que o ócio na infância é importante?
Muitas vezes, ao conviver com crianças ou adolescentes em casa, é comum ouvir a queixa: “Não tenho nada para fazer!” Ocorre que esse momento de tédio, longe de ser negativo, pode ser incrivelmente benéfico para o desenvolvimento infantil.
O tédio, longe de ser apenas uma emoção indesejada, é na verdade uma maneira do cérebro buscar estímulos quando não está envolvido em uma atividade específica.
Citada pelo blog Companhia das Letras, a psicóloga britânica Sandi Mann, autora do livro “A Ciência do Tédio”, explica que esse estado mental pode trazer benefícios tanto para crianças quanto para adultos. É uma oportunidade para o cérebro relaxar e até mesmo para a criatividade florescer.
No mesmo sentido, outros especialistas afirmam que o ócio na infância pode oferecer uma oportunidade valiosa de aprendizado, estimulando a criatividade, a resolução de problemas e motivando as crianças a procurar atividades que lhes pareçam significativas.
Como estimular as crianças a terem momentos de ócio criativo?
1) Abra espaço na agenda da criança
Abrir espaço na agenda da criança é um passo fundamental para estimular momentos de ócio criativo. Muitas vezes, os pequenos têm seus dias preenchidos com uma variedade de atividades extracurriculares, compromissos escolares e tempo dedicado às telas, como celulares e videogames.
Uma maneira de abrir esse espaço é reavaliar as prioridades e identificar atividades que possam ser reduzidas ou eliminadas. Isso não significa eliminar todas as atividades extracurriculares, mas sim encontrar um equilíbrio saudável entre compromissos e tempo livre.
2) Ofereça um ambiente propício
Crie um ambiente em casa que favoreça o ócio criativo. Isso pode incluir ter uma variedade de materiais de arte, livros, jogos de tabuleiro e brinquedos que estimulam a imaginação, como blocos de construção e massinha de modelar.
De acordo com especialistas, os pais não devem esperar que as crianças saibam instintivamente o que pode lhes parecer significativo. Em vez disso, devem fornecer elementos que ajudem seus filhos a perceber as coisas que lhes interessam ou importam.
3) Aproxime as crianças da natureza
A natureza oferece um ambiente rico em estímulos sensoriais e oportunidades de exploração que podem inspirar a imaginação e promover a criatividade das crianças.
Levar as crianças para atividades ao ar livre, como idas a um parque ou simplesmente relaxar em um quintal espaçoso, permite que elas brinquem de forma mais livre e imaginativa.
Em contato com a natureza, as crianças têm a liberdade de criar suas próprias brincadeiras, construir brinquedos improvisados, criar obras de arte com materiais encontrados na natureza ou simplesmente contemplar as coisas ao seu redor.
4) Limite o tempo de telas
Atualmente, é comum que as crianças passem longos períodos em frente a telas, seja jogando videogames ou usando redes sociais. No entanto, essas atividades muitas vezes limitam a imaginação e a criatividade.
Estabelecer horários específicos para o uso de dispositivos eletrônicos é uma maneira eficaz de criar limites claros e promover um equilíbrio saudável entre o tempo de tela e outras atividades. Por exemplo, pode-se definir períodos do dia em que as telas são permitidas, como depois do jantar ou nos fins de semana, e limitar o tempo de uso durante esses períodos.
5) Mostre que você também tem períodos de ócio
Crianças costumam copiar o comportamento dos pais. Portanto, reserve você também um tempo para se envolver em atividades sem tela e curtir uma agenda não programada: leia um livro, desenhe, pratique um hobby ou apenas contemple a natureza.
Quando as crianças veem seus pais desfrutando de momentos de ócio criativo, elas são incentivadas a fazer o mesmo. Elas percebem que essas atividades são valiosas e prazerosas, e isso as motiva a explorar sua própria criatividade e imaginação. E o melhor: começam a criar a consciência de que “não ter nada para fazer” é normal e necessário em alguns momentos.
6) Seja paciente
Muitas crianças estão acostumadas a ter suas agendas preenchidas com atividades programadas e podem inicialmente resistir à ideia de ter tempo livre. É importante entender que a transição para uma rotina com mais espaço para o ócio criativo pode levar tempo e requer paciência por parte dos pais e cuidadores.
Além disso, algumas crianças podem se sentir inseguras ou desconfortáveis com o tempo livre, especialmente se estão acostumadas a ter suas atividades planejadas por adultos. Elas podem não saber como preencher esse tempo ou podem se sentir ansiosas com a falta de estrutura.
Nesses casos, é preciso oferecer apoio e encorajamento, mostrando que o tempo livre é uma oportunidade para explorar interesses, experimentar coisas novas e simplesmente relaxar.
Em conclusão, o ócio na infância é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças. Permitir que elas tenham tempo livre para explorar, brincar e criar não apenas promove a criatividade, a autoexpressão e o desenvolvimento de habilidades, mas também contribui para um senso de bem-estar emocional e social.
E você, o que pensa sobre o assunto? Tem alguma dica para compartilhar conosco em relação ao tema? Conta pra gente nos comentários!
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