Você sabe o que é Transtorno do Pânico? Conheça sintomas e como tratar

mulher passando por transtorno do pânico

O Brasil lidera o número de casos de ansiedade no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A estimativa é de que aproximadamente 9,3% dos brasileiros enfrentam transtornos de ansiedade patológica, entre eles o Transtorno do Pânico, caracterizado por ataques de medo e desconforto intensos.

Além da alta incidência de casos, elementos como a falta de acesso a serviços especializados, que possibilitem o correto diagnóstico, bem como a hesitação em buscar ajuda contribuem, para o agravamento do quadro.

Dessa forma, reunimos aqui informações sobre as causas, sintomas e tratamentos do Transtorno do Pânico, além de recomendações úteis para lidar com ele. Acompanhe conosco!

O que acontece no Transtorno do Pânico?

No transtorno do pânico, a região central do cérebro responsável pelo controle emocional e pela liberação de adrenalina pode “disparar” sem um perigo real, causando a sensação de medo e desconforto intenso.

Como explica o psiquiatra Márcio Bernik, em entrevista ao portal Drauzio Varella, a ansiedade é um estado emocional normal, pois é a capacidade de antecipar o perigo. A ansiedade é patológica, quando deixa de ser útil e passa a causar sofrimento excessivo ou prejuízo para o desempenho da pessoa. 

O Transtorno do Pânico é uma das formas de manifestação da ansiedade patológica, aquela que se caracteriza por episódios súbitos de ansiedade intensa, muitas vezes, imotivados.

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Quais são os sintomas do Transtorno do Pânico?

O ataque de pânico começa de repente e apresenta pelo menos quatro dos seguintes sintomas:

  • Medo de morrer;
  • Medo de perder o controle e enlouquecer;
  • Despersonalização (impressão de desligamento do mundo exterior, como se a pessoa estivesse vivendo um sonho) e desrealização (distorção na visão de mundo e de si mesmo que impede diferenciar a realidade da fantasia);
  • Dor e/ou desconforto no peito que podem ser semelhantes aos sinais do infarto;
  • Palpitações e taquicardia;
  • Sensação de falta de ar e de sufocamento;
  • Sudorese;
  • Náusea;
  • Desconforto abdominal;
  • Tontura ou vertigem;
  • Ondas de calor e calafrios;
  • Adormecimento e formigamentos;
  • Tremores, abalos e estremecimentos.

Muitas vezes, bastam 30 segundos para o paciente, que estava se sentindo bem, ser tomado inexplicavelmente por sintomas que, de certa forma, todos conhecemos quando ficamos ansiosos. Acontece que esses sintomas podem ser acompanhados da sensação de que algo trágico, como morte súbita ou enlouquecimento, está por acontecer. 

Os ataques de pânico desencadeiam um sofrimento psicológico intenso e podem resultar em mudanças significativas de comportamento, muitas vezes levando os pacientes a buscar atendimento médico de emergência na tentativa de encontrar causas físicas para seus sintomas.

É importante buscar ajuda médica para um diagnóstico preciso, pois os sintomas do transtorno do pânico podem ser confundidos com outras condições, como um ataque cardíaco.

Quais são as causas do Transtorno?

O Transtorno do Pânico pode ter origens em situações extremas de estresse, experiências traumáticas na infância, predisposição genética e fatores ambientais, como crises financeiras ou eventos familiares negativos.

Como é feito o diagnóstico do Transtorno do Pânico?

O entendimento da história clínica do paciente e realização de determinados exames é fundamental para o correto diagnóstico do Transtorno do Pânico.

Um único episódio de crise isolada ou uma resposta de medo intenso diante de ameaças reais não são suficientes para diagnosticar o transtorno. É necessário que as crises sejam frequentes e causem alterações significativas no comportamento, prejudicando negativamente a qualidade de vida dos indivíduos afetados.

Além disso, é importante realizar um diagnóstico diferencial para distinguir entre o Transtorno do Pânico e outras condições que compartilham sintomas semelhantes, como ataques cardíacos, hipertireoidismo, hipoglicemia e epilepsia.

Quais os tratamentos disponíveis?

Embora não haja cura completa, é possível controlar o transtorno do pânico com tratamento.

O tratamento geralmente envolve a prescrição de medicamentos antidepressivos e psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, que utiliza a exposição a situações que provocam pânico de forma sistemática, gradual, controlada e progressiva, até que ocorra a dessensibilização diante do agente agressor.

Vale lembrar que o acompanhamento psicoterápico não apenas ajuda a navegar por momentos de crise, mas também a aprimorar o autoconhecimento e o bem-estar emocional, proporcionando uma base sólida para lidar melhor com o Transtorno do Pânico.

Por outro lado, para grande parte da população investir em saúde mental ainda é um privilégio. Afinal, nem sempre sobra espaço no orçamento para incluir esse gasto. Nesse sentido, uma opção pode ser recorrer aos CAPS – Centros de Atenção Psicossocial, que são unidades especializadas em saúde mental. O atendimento é feito pelo Sistema Único de Saúde, basta se informar na unidade de saúde mais próxima da sua casa.

Como ajudar alguém que está tendo um ataque de pânico?

  • Oriente a pessoa a respirar mais devagar e se concentrar nesse movimento;
  • Pergunte se a pessoa toma algum medicamento para crises agudas de pânico e, em caso positivo, ajude nesse procedimento;
  • Se possível, leve a pessoa para um ambiente mais calmo e tranquilo;
  • Tente mudar o foco dela para o momento presente (uma dica é focar em objetos que ela pode ver e tocar);
  • Converse de maneira acolhedora e jamais minimize o sofrimento dela. 
  • Não diga coisas como “isso só está na sua cabeça”. Mas sim frases como “eu sei que você está aflito, mas vai passar, eu estou aqui com você e vou te ajudar”.
  • Especialmente se for o primeiro ataque de pânico, é importante buscar atendimento médico.

Se você se identificou com os sintomas que descrevemos neste texto ou conhece alguém que esteja passando por crises de pânico, lembre-se: a busca por ajuda é fundamental. Não hesite em procurar um profissional de saúde para obter o diagnóstico e tratamento adequados. Cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física. 

E então, o que você achou deste conteúdo? Quer ver mais temas como esse por aqui? Conta pra gente nos comentários!


* Com informações da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde e do portal Drauzio Varella.

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