A amamentação costuma ser um momento bastante idealizado pelas mães e não é para menos: dar de mamar é um ato especial de conexão, além de ser super importante para a saúde do bebê e também da mamãe. Acontece que nem sempre o processo de amamentar é tão simples quanto as revistas e a televisão geralmente mostram.
Além das dificuldades iniciais – como os cuidados com os seios, a posição correta do bebê e os horários meio malucos -, existe uma série de mitos e verdades que rondam o aleitamento materno.
Nesse sentido, aproveitamos a chegada da Semana Mundial da Amamentação, celebrada entre os dias 1º e 7 de agosto, para abordar algumas questões que podem auxiliar as mamães e seus bebês a passarem por essa experiência da melhor forma possível. ❤
AMAMENTAÇÃO: MITOS E VERDADES
1) Amamentar faz bem tanto para o bebê quanto para a mãe?
VERDADE – Além do alto valor nutritivo, o leite materno protege as crianças contra infecções, alergias, algumas doenças crônicas e cânceres infantis. Para a mãe, a amamentação reduz o peso mais rapidamente após o parto, ajuda o útero a recuperar o tamanho normal, diminui o risco de hemorragia e anemia e reduz o risco de diabetes e de desenvolver câncer de mama e ovário.
A amamentação é recomendada até os 2 anos de idade. Depois disso, mãe e bebê devem decidir se continuam ou não.
2) O leite materno pode ser fraco para nutrir o bebê?
MITO – Não há leite materno fraco, a composição é semelhante para todas as mulheres que amamentam e por isso é o alimento ideal para o bebê.
3) É preciso dar os dois peitos a cada mamada?
MITO – Não é obrigatório, pois o esvaziamento da mama pode variar conforme a fome do bebê e do intervalo entre uma mamada e outra. Caso o bebê, em uma mamada, esvazie um seio e ainda tenha fome, a mãe pode oferecer a outra mama. Na próxima mamada recomenda-se que a mãe dê o seio que não foi oferecido na mamada anterior, ou ofereça o que o bebê mamou por último caso tenha sido ofertado os dois.
4) O bebê pode ficar mal acostumado se não tiver horários para mamar?
MITO – A orientação do Ministério da Saúde é a amamentação sob livre demanda, ou seja: mamadas frequentes, sem horário e duração pré-determinados. Nesse sistema o bebê deve mamar sempre que desejar.
5) Existem diversas posições que podem ser boas para amamentar?
VERDADE – O ideal é que a amamentação seja prazerosa tanto para o bebê quanto para a mãe, por isso a melhor posição é a aquela em que os dois estão confortáveis. No Blog da Saúde, do Ministério da Saúde, é possível encontrar algumas dicas de posições que costumam ser utilizadas na hora de amamentar, para conferir basta clicar aqui.
6) Seios muito pequenos não produzem leite na quantidade suficiente para o bebê?
MITO – O tamanho da mama não tem relação com a produção do leite. Tanto as mamas grandes quanto as pequenas possuem capacidade de produzir o mesmo volume de leite em um dia.
7) Os mamilos devem ser higienizados a cada vez que o bebê for mamar?
MITO – Não é necessário higienizar as mamas sempre que for amamentar, no entanto é importante que a mãe tenha hábitos de higiene adequados como banho diário, lavando a mama com água e sabonete, e esteja sempre com o sutiã limpo e seco.
Não é recomendado o uso de absorventes de seios e nem a utilização de conchas protetoras, pois podem deixar as mamas úmidas, favorecendo a proliferação de fungos e bactérias. Em entrevista ao portal BebêMamãe, o pediatra Moisés Chencinski – membro da Sociedade de Pediatria de São Paulo – sugere que se tiver muito leite, a mãe pode colocar uma fralda de pano para secar e, cada vez que sentir que molhou, coloca outra fralda.
8) Sentir dor ao amamentar, depois da primeira semana, não é normal?
VERDADE – No começo das mamadas é comum a mulher sentir dor discreta ou mesmo moderada nos mamilos. Essa dor pode ser considerada normal e não deve persistir além da primeira semana.
Depois disso, sentir os mamilos muito doloridos e machucados não é normal e requer aconselhamento de um profissional da saúde. Alguns dos problemas que as mulheres enfrentam, sobretudo no início da amamentação, são rachaduras no bico do peito e mastite, que é um processo inflamatório que ocorre nas glândulas mamárias.
9) Quem está com mastite deve parar de amamentar?
MITO – O esvaziamento adequado das mamas é importante no tratamento da mastite. Preferencialmente, a mama deve ser esvaziada pelo próprio bebê. Apesar da presença de bactérias no leite materno, quando há mastite, a amamentação está indicada por não oferecer riscos ao recém-nascido sadio. Se após a mamada não houve esvaziamento adequado, será necessário fazer a retirada manual do leite. Um banco de leite pode ajudar a realizar esse procedimento.
Os casos mais graves, quando há secreção e pus, devem ser diagnosticados e tratados conforme indicação do profissional de saúde. Lembre-se que automedicação pode fazer mal à mãe e ao bebê.
10) Se a mãe tiver dificuldades de amamentar seu filho, o ideal é que o bebê mame no seio de outra mulher?
MITO – Não é recomendada a amamentação cruzada, que é quando o bebê mama em outra mãe. O perigo está em o bebê ser contaminado por uma doença infecto-contagiosa.
A primeira opção para a mulher que está com dificuldades de amamentar é buscar apoio junto a um profissional de saúde. Ela também poderá encontrar ajuda no hospital que teve seu bebê, em um BLH- Banco de Leite Humano (clique aqui para conferir os endereços) ou ainda em uma Unidade Básica de Saúde próxima a sua casa.
11) O leite do banco de leite pode não ser seguro?
MITO – A principal diferença entre o leite do Banco de Leite Humano para o leite doado diretamente por uma outra mãe é que no BLH ele é tratado e pasteurizado e, por isso, não há possibilidade de transmissão de doenças.
A mãe não deve amamentar outra criança que não seja o seu filho. Mesmo se esta mãe estiver com os exames normais ou se teve uma gravidez tranquila, ela pode estar em uma janela imunológica para uma doença, e esse bebê correrá o risco de contrair alguma doença.
12) O leite materno pode ser congelado?
VERDADE – O leite materno pode ser congelado por até 15 dias, sem a perda de suas características e qualidade nutricional. A mãe pode ordenhar o leite na sua casa – tomando os devidos cuidados para manter a qualidade –, e deixá-lo na geladeira para os períodos em que estiver longe do bebê.
Caso o leite não seja consumido, é possível doá-lo para um BLH. Além disso, o mesmo processo pode ser feito em um Banco de Leite Humano, onde o leite será coletado e processado para ser distribuído a outras crianças.
13) As fórmulas atuais são quase como o leite materno?
MITO – O leite materno é singular. O colostro que sai na primeira mamada pode considerado a primeira vacina do bebê. As fórmulas atuais têm suas qualidades, mas são feitas com leite de vaca, que não traz os benefícios do leite materno, como o aumento da imunidade. Por isso é importante que, havendo dificuldades em amamentar, a mulher recorra a um profissional da saúde.
CARTILHA DA AMAMENTAÇÃO ESCLARECE DÚVIDAS
A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano disponibiliza gratuitamente para download a Cartilha da Amamentação. Nela você pode conferir mais informações sobre o aleitamento materno e tirar suas dúvidas sobre alimentação, como continuar amamentando ao voltar a trabalhar e vários outros aspectos.
Por fim, tenha em mente que a maternidade é repleta de surpresas e de expectativas e que cada mamãe vai encontrar o seu jeitinho de fazer tudo funcionar. Dessa forma, se a amamentação não está saindo como planejado, lembre-se que essa é apenas uma das etapas dessa aventura linda que é ser mãe. ????
Ah, se você já passou pelo processo de amamentar e quer ajudar outras mamães contando sua experiência, é só deixar seu relato nos comentários!
* Com informações de Blog da Saúde, IFF/Fiocruz e Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano.